São Paulo, #!L#Sexta-feira, 04 de Fevereiro de 2000


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SEM-TERRA
Ele é suspeito por morte de agricultor
Administrador de fazenda é procurado

da Agência Folha, em Maceió

A Polícia de Alagoas procurava ontem o administrador da fazenda São Pedro, em Atalaia (43 km de Maceió), José Luciano da Silva, e seus três filhos. Eles são suspeitos da autoria dos tiros que mataram anteontem o agricultor sem-terra José Elenilson dos Santos e feriram outras duas pessoas.
O conflito, ocorrido anteontem na fazenda, envolveu pistoleiros e 250 famílias ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
A entidade acusa o dono da propriedade, Pedro Duarte, de ter enviado um grupo de homens armados para despejar os sem-terra, que ocupam a área desde dezembro. "Não fui o mandante de nada. Tudo não passou de uma briga entre eles", disse Duarte.
"Primeiro vamos prender os suspeitos para depois decidir se houve ou não mandante", afirmou o secretário estadual da Segurança, Edmilson Miranda.
Segundo a versão preliminar divulgada pela polícia, o conflito teve início quando os agricultores começaram a derrubar as cercas da fazenda. O administrador teria tentado impedir, junto a seus filhos e mais nove homens.
Após o tiroteio, os agricultores, revoltados, atearam fogo nas cinco casas da propriedade, no canavial, em um caminhão e em um trator que seria utilizado para derrubar barracos do acampamento.
O ministro Raul Jungmann (Política Fundiária) enviou a Atalaia o ouvidor-geral de Justiça do ministério, Gercino José da Silva, que negociou uma trégua com o MST. A entidade ameaçava vingar a morte do agricultor.
O ouvidor decidiu que o Incra fará nova vistoria na propriedade -a anterior constatou que a área é produtiva. "Se ficar comprovado que é produtiva, vamos comprar a fazenda por meio do Banco da Terra", disse.
"A morte do companheiro só aconteceu porque o Incra nunca nos ouviu sobre a guerra que há no campo em Alagoas", afirmou um dos coordenadores no MST no Estado, Reginaldo Pacheco.


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