São Paulo, sábado, 04 de fevereiro de 2006

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PAINEL

Recorte e cole
Não se resumem aos nomes de partidos e de parlamentares as incongruências da suposta lista do caixa dois em Furnas. Entre os "doadores" está a EDP, identificada como "Energia de Portugal". Mas, em 2002, a empresa fazia negócios com o nome Electricidade de Portugal.

Recorte e cole 2
A empresa estrangeira, que passou a se chamar "Energias de Portugal" (no plural), firmou parceria com Furnas sob o governo Lula, em novembro 2003, quando ficou acertada com a hidrelétrica para a construção de uma usina no Tocantins.

Voto vencido
Secretário de Comunicação do PT, o ex-ministro Humberto Costa foi contra a citação nominal de tucanos e pefelistas na resolução petista que pediu apuração rigorosa no caso da lista de Furnas. Disse aos colegas de Executiva ontem se tratar de um ato "desnecessário".

Curto-circuito
A oposição pressiona o PT no caso da lista de Furnas com a ameaça de encampar a proposta dos tucanos paranaenses de alterar o Tratado Constitutivo de Itaipu, o que permitiria a fiscalização da hidrelétrica binacional pelos órgãos brasileiros.

Outro lado
O ministro Roberto Rodrigues (Agricultura) diz que sempre manteve bom relacionamento com José Graziano, assessor do presidente e um dos responsáveis pela criação do Fome Zero.

Diferenças de lado
O presidente Lula telefonou ontem para o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) para dar os pêsames pela morte da mãe do presidente do PSDB. Tiveram uma conversa rápida, porém afável, segundo assessores.

Chapa quente
Deputados petistas ligados à questão indígena preparam manifesto contra a direção da Funai. A crise no órgão vai se alastrar com a demissão de antropólogos que discordam do presidente Mércio Gomes.

Chumbo grosso
Em 12 páginas da "Trip" deste mês, o sertanista Sydney Possuelo, demitido por Gomes, reforça o que diz serem as ligações do presidente com madeireiros.

Veja bem
O presidente da CPI dos Bingos, Efraim Morais (PFL-PB), entrou no time dos que tentam convencer Heloisa Helena (PSOL-AL) a desistir de convocar a promotora de festas Jeany Mary Córner. Diz que a senadora estaria sendo usada para chantagear políticos.

W.O.
De um senador sobre Jeany: "Poucos no Congresso resistem a uma acareação com ela."

Ainda cru
Apesar da festa de apoio do PMDB paulista à pré-candidatura à Presidência de Germano Rigotto ontem, líderes do partido ainda se queixavam do discurso do governador gaúcho, visto como "ingênuo" e "vago".

Mãos para o céu
Sobre as chances de Anthony Garotinho nas prévias peemedebistas, os apoiadores de Rigotto têm usado o seguinte argumento, em tom irônico: "A igreja não tem voto no partido".

Onipresente
Além da filha, Cristina, que será candidata a deputada federal no Rio de Janeiro, Roberto Jefferson lançará seu advogado Itapuã Messias, candidato à Câmara pelo PTB de Brasília.

Chalita paz e amor
Personagem central do clima bélico que envolve "serristas" e "alckmistas", o secretário do governador Gabriel Chalita (Educação) pretende começar o mês de abril com bandeira branca: lança seu primeiro livro de poesia, intitulado "Eu te amo".

TIROTEIO

Do líder da minoria na Câmara, José Carlos Aleluia (PFL-BA), sobre a lista de supostas doações de Furnas para candidatos na campanha de 2002:
-Se o PT tentar usar essa lista para se recuperar das acusações de corrupção, ela será a perdição definitiva do presidente Lula. Será como a folha que leva a formiga rio abaixo.

CONTRAPONTO

DNA governista

No período em que ocupou a Secretaria-Geral da Presidência no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), era insistentemente procurado por um deputado em busca de uma nomeação.
O então ministro tentava escapar das abordagens, mas, quase sempre em solenidades, encontrava o homem e ele cobrava:
-Ministro, e o meu caso? Por favor, me atenda!
Vencido pelo cansaço, o tucano pediu a assessores um estudo sobre o tal cargo.
Descobriu que sua estrutura era irrisória e ficou intrigado com tanta insistência. Em seguida, procurou o deputado:
-Você tem certeza de que vale a pena aceitar essa nomeação para o governo?
-Lógico, ministro. Tudo que eu preciso é de alguém para segurar a minha pasta quando chego ao aeroporto!


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