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SOB SUSPEITA
Secretário-executivo foi demitido nesta semana
Ministério acusa funcionários de participar de esquema irregular
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério do Trabalho afirmou ter descoberto um suposto
esquema irregular para venda de
serviços de informática envolvendo funcionários da pasta e empregados terceirizados.
As investigações começaram
em agosto do ano passado, depois
de uma denúncia anônima. No
mesmo mês, dois funcionários foram exonerados.
Depois dos dois, foram afastados outros sete empregados, todos terceirizados. Eles trabalham
para a Politec, que é a prestadora
de serviços de informática para o
ministério. O Trabalho não sabe
dizer se houve prejuízos à pasta.
De acordo com o relato do ministério, os envolvidos teriam
montado um esquema para "criar
dificuldades e vender facilidades".
O grupo teria dificultado o processo de produção de um programa de informática encomendado
à Cobra Tecnologia, empresa
controlada pelo Banco do Brasil.
Em setembro de 2004, a Cobra foi
contratada pelo Trabalho para
elaborar um software destinado
ao gerenciamento do programa
Primeiro Emprego.
"A Cobra entregou duas versões, que não foram aprovadas.
Essas pessoas supostamente dificultavam o acesso a informações
para o bom desenvolvimento do
produto. Depois, eles diziam que
poderiam resolver o problema,
forçando a contratação do serviço
deles", contou Marinho.
Um dos citados no suposto esquema era o então secretário-executivo da pasta, Alencar Ferreira
Júnior, que saiu do ministério
nesta semana. Segundo o ministério, Ferreira pediu demissão por
motivos familiares e teria acertado sua saída desde que Marinho
assumiu o Trabalho, em julho de
2005. Ferreira foi nomeado pelo
ex-ministro Ricardo Berzoini.
A demissão de Ferreira ocorreu,
no entanto, uma semana depois
de o ministério tomar conhecimento de que o caso tinha chegado a uma revista semanal. "Alencar já tinha pedido para sair e eu
pedi que ele ficasse para fazer a
transição. O processo pode ter
motivado sua saída, mas não necessariamente", disse Marinho.
Outro lado
A Politec disse que os sete funcionários afastados pelo Ministério do Trabalho foram deslocados, a pedido da própria pasta,
para atuar no projeto desenvolvido pela Cobra. A empresa também afirmou não ter controle sobre esse tipo de deslocamento,
que não tomou conhecimento do
fato e que está sendo vítima "por
causa de seu padrão de excelência". Destacou, também, que a
Cobra não estava obtendo sucesso no programa para o Primeiro
Emprego.
A Folha procurou Alencar para
se manifestar sobre o caso, mas o
ex-secretário-executivo está viajando de férias, segundo seus ex-assessores no ministério. A Cobra
declarou que não irá se pronunciar sobre o assunto, pois o caso
não envolve seus funcionários e
há uma comissão de sindicância
do Trabalho apurando as supostas irregularidades.
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