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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Ex-governador diz que Planalto quer comprar apoio de governadores a Rigotto com liberação de verbas; Wagner nega acusação
Garotinho acusa Lula de "cooptar" PMDB
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
O ex-governador do Rio Anthony Garotinho acusou o Palácio
do Planalto de aliciar governadores do PMDB com liberação de
verbas para atuar politicamente
contra ele, apoiando o governador gaúcho Germano Rigotto nas
prévias para indicar o candidato
do partido à Presidência.
Para Garotinho, a ação é "antiética" e revela "preocupação visível" do governo federal com sua
candidatura à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"O Palácio do Planalto está assediando governadores do PMDB, e
isso é antiético. O interlocutor é
Jaques Wagner [ministro de Relações Institucionais]. Deram R$ 48
milhões para Pernambuco [governado pelo peemedebista Jarbas Vasconcelos]. É aliciamento,
tentativa de comprar o partido, e
o PMDB não está à venda."
Rigotto é visto com simpatia pela ala governista do PMDB, que
acredita poder convencê-lo a
abrir mão de eventual candidatura para apoiar o PT na disputa.
Para Garotinho, a medida "só
piora a situação [de Lula] no partido". "O governo pensa que com
assédio consegue simpatia, mas
só ganha antipatia das bases.
Lembro a Lula frase de Gandhi:
"Tudo conquistado pela força só é
mantido pela força". Não adianta
ganhar pela força, porque não vai
manter. A força do PMDB são as
bases, não os caciques."
Garotinho, entretanto, diz que
Rigotto, a quem chama de "amigo", "não se prestaria a uma candidatura de barriga de aluguel".
O ministro Jaques Wagner negou "qualquer tipo de cooptação". "O ex-governador Garotinho está fazendo uma avaliação
errada do PMDB, pois o partido
de Ulysses Guimarães jamais deixou ou deixará se cooptar."
Wagner disse considerar que
Garotinho quer chamar a atenção
para sua candidatura, mas que
deveria estar preocupado em unir
o PMDB em torno dela, "coisa
que não está conseguindo".
Quércia
Garotinho respondeu ao ex-governador de São Paulo Orestes
Quércia, que o acusou de usar seu
nome sem autorização em contato com peemedebistas no Estado.
"Fiz reuniões com o PMDB e não
podia pedir voto para Geraldo
Alckmin, José Aníbal, Eduardo
Suplicy. Vou pedir voto para ele
mesmo, que é candidato do meu
partido. Semana que vem, em todos os lugares, vou continuar pedindo voto para ele. Meu candidato é Orestes Quércia."
Garotinho estará em São Paulo,
de quarta a domingo, fazendo
campanha. Ele disse não ter se
surpreendido com o apoio de
Quércia a Rigotto porque o ex-governador já havia lhe avisado. Ele
acredita ter o apoio do presidente
do PMDB, Michel Temer.
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