São Paulo, domingo, 04 de fevereiro de 2007

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Deputado é visto como "Sérgio Motta do PT"

DA COLUNISTA DA FOLHA

Cândido Vaccarezza, 52, baiano há 26 anos em São Paulo e médico ginecologista, já vem sendo chamado de "Sérgio Motta do PT", numa alusão à capacidade de articulação do ex-ministro de Fernando Henrique Cardoso. Exagero. Ainda.
Vinculado à ex-prefeita Marta Suplicy e ao ex-ministro José Dirceu, Vaccarezza foi decisivo na vitória do petista Arlindo Chinaglia.
Eleito com 118 mil votos, ele preenche um vácuo: a falta de lideranças do PT após a queda de José Dirceu, Antonio Palocci e Luiz Gushiken do governo e dos mensaleiros do partido no Congresso.
A diferença é que os três faziam o jogo do governo, enquanto Vaccarezza está na atual linha de Dirceu: governista também, mas sobretudo petista. A relação com o Palácio do Planalto pode até ser amistosa, mas não de submissão.
Corpulento e estratégico como Sérgio Motta, tem também outro traço do tucano: não é homem de tribuna e de palco, mas de bastidores. Nas suas palavras: "Sou mais de fazer do que de falar".
Foi uma espécie de três-em-um na campanha de Arlindo Chinaglia à presidência da Câmara: providenciava os recursos (inclusive financeiros), atraía aliados e fazia a ponte com o Planalto.
É certo que ele sabe bem que tipo de compromissos foram assumidos para formalizar um bloco de oito partidos, do PT ao PP. Só não conta. Diz que bastou respeitar o critério de proporcionalidade e representar as bancadas nos cargos da Mesa.
Vaccarezza traz na bagagem boa experiência de articulação, desde os tempos de UNE, passando pela criação do PT e pela migração da ala mais à esquerda para o centro moderado do partido.
Ele diz que não, mas todas as apostas são de que, agora, foi o arquiteto da atração de parte do tucanato para a campanha de Arlindo Chinaglia. Seu principal interlocutor tucano é Aloysio Nunes Ferreira, chefe da Casa Civil do governador de São Paulo, José Serra.


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