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Senador critica sigilo sobre caso Banpará e o atribui a FHC
Armínio é covarde por não divulgar relatório, diz ACM
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) ampliou o leque de seus ataques. Agora, faz
críticas ao presidente do Banco
Central, Armínio Fraga, insinua
que o ministro da Saúde, José Serra, tem mais poder do que deveria
na área econômica do governo e
anuncia ter uma "prova testemunhal" contra Ricardo Sérgio de
Oliveira, ex-diretor da Área Internacional do Banco do Brasil, que
saiu do posto no episódio do
grampo do BNDES.
Sobre Armínio Fraga, o senador
ACM demonstra descontentamento pelo fato de o presidente
do BC ser contra a divulgação do
relatório sobre o Banpará.
"Tem-se o número do processo.
É fácil identificar. Daí precisamos
ver se o Armínio vai ser frouxo",
disse ACM à Folha numa entrevista telefônica na quinta à noite.
Na sexta, o jornal noticiou que o
BC se julga impedido de revelar os
resultados da investigação, agora
considerados sigilosos.
Segundo ACM, há cerca de 20
ou 30 dias ele teria conversado
com Armínio Fraga a respeito do
assunto. O presidente do BC reafirmou que só poderia liberar o
relatório mediante um pedido judicial ou de uma CPI.
"Acho que ele (Armínio) é covarde. Não dá porque o (presidente) Fernando Henrique mandou não dar", disse o senador.
Sobre José Serra, ACM afirma
que o ministro da Saúde "se dá
muito bem na área financeira do
governo". Indagado sobre o que
significava isso, respondeu: "Ele
tem pessoas de confiança em toda
a área econômica do governo".
Na opinião de ACM, o ministro
Serra dessa forma obtém para a
Saúde as verbas necessárias para
uma gestão com alta aprovação
pública -uma estratégia para
obter a vaga de candidato governista na sucessão de 2002.
"O Ricardo Sérgio se dá muito
bem com o Serra", declarou também ACM, numa referência ao diretor do Banco do Brasil que perdeu o cargo por causa do escândalo do grampo do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social).
Nesse caso, foram gravadas
conversas de várias autoridades
sobre o processo de privatização
das empresas de telefonia, ocorrido na metade de 98.
Numa dessas conversas, Ricardo Sérgio disse: "Nós estamos indo no limite da nossa irresponsabilidade". Ele conversava com
Luiz Carlos Mendonça de Barros,
à época presidente do BNDES, sobre uma carta de fiança do BB ao
banco Opportunity, que participaria do leilão das telefônicas.
Ricardo Sérgio saiu do governo,
mas ACM acha que ele apresenta
um padrão de vida que chama a
atenção. "Vou apresentar no Senado, na semana que vem, uma
prova testemunhal sobre o Ricardo Sérgio". O senador não quis dizer qual será essa prova.
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