São Paulo, domingo, 04 de março de 2001

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Lula nega candidatura sete vezes por dia

DO ENVIADO ESPECIAL AO INTERIOR DE SP

Luiz Inácio Lula da Silva bem que tentou. Durante sua visita às cidades do interior paulista, ele gastou até uma hora do dia repetindo que não havia ainda decidido se será pela quarta vez candidato à Presidência.
O público podia ser um grupo de militantes de petistas, jornalistas ou usineiros; a cidade, Piracicaba ou Paranapuã; o horário também não importava. Em todas as quinze cidades que percorreu e em até sete ocasiões diferentes em um único dia, Lula disse que ainda não era candidato.
Não adiantou nada.
"Ele pode não ter decidido se será candidato. Mas eu já decidi que vou votar nele", disse o prefeito de Piracicaba, José Machado. "Não tem nome melhor e nunca houve um momento melhor do que este (para o PT)", reforçou o prefeito de Catanduva, Félix Sahão Junior.
"Quando ele lançar a candidatura, no dia seguinte estaremos em campanha", prometeu o prefeito de Cosmópolis, José Pivatto.
Mesmo a direção do PT aposta no desfecho. "O Lula não decidiu ainda, é um direito dele, mas nós temos que ir trabalhando para que, quando ele decidir, o caminho para 2002 já esteja pavimentado", discursou o presidente do PT paulista, Paulo Frateschi, ao lado de Lula. Em todas as ocasiões em que comentou sobre a sua indefinição, o líder petista lembrou que o senador Eduardo Suplicy já se lançou como pré-candidato.
O próprio Lula alimenta a expectativa no partido. "Eu que, teoricamente, não sou nada, não sou prefeito, nem deputado, nem governador, tenho 30% nas pesquisas. É mais que Ciro, Itamar, Serra, Tasso, gente que fica pensando na candidatura o dia todo."
"Com um discurso desses, tem gente que ainda diz que não é candidato", disse o deputado federal José Genoino. Na estratégia da cúpula petista, o melhor momento para o lançamento da candidatura é junho. Imaginam que até lá três fatores estarão definidos: o primeiro é se o PSB vai ter candidato próprio (o governador do Rio, Anthony Garotinho) ou se seguirá na coligação petista.
O segundo é saber se o governador Itamar Franco (MG) conseguirá viabilizar sua candidatura. O terceiro fator é se a base governista vai ter candidato único.


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