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Lula nega candidatura sete vezes por dia
DO ENVIADO ESPECIAL AO INTERIOR DE SP
Luiz Inácio Lula da Silva bem
que tentou. Durante sua visita às
cidades do interior paulista, ele
gastou até uma hora do dia repetindo que não havia ainda decidido se será pela quarta vez candidato à Presidência.
O público podia ser um grupo
de militantes de petistas, jornalistas ou usineiros; a cidade, Piracicaba ou Paranapuã; o horário
também não importava. Em todas as quinze cidades que percorreu e em até sete ocasiões diferentes em um único dia, Lula disse
que ainda não era candidato.
Não adiantou nada.
"Ele pode não ter decidido se será candidato. Mas eu já decidi que
vou votar nele", disse o prefeito de
Piracicaba, José Machado. "Não
tem nome melhor e nunca houve
um momento melhor do que este
(para o PT)", reforçou o prefeito
de Catanduva, Félix Sahão Junior.
"Quando ele lançar a candidatura, no dia seguinte estaremos
em campanha", prometeu o prefeito de Cosmópolis, José Pivatto.
Mesmo a direção do PT aposta
no desfecho. "O Lula não decidiu
ainda, é um direito dele, mas nós
temos que ir trabalhando para
que, quando ele decidir, o caminho para 2002 já esteja pavimentado", discursou o presidente do
PT paulista, Paulo Frateschi, ao
lado de Lula. Em todas as ocasiões
em que comentou sobre a sua indefinição, o líder petista lembrou
que o senador Eduardo Suplicy já
se lançou como pré-candidato.
O próprio Lula alimenta a expectativa no partido. "Eu que,
teoricamente, não sou nada, não
sou prefeito, nem deputado, nem
governador, tenho 30% nas pesquisas. É mais que Ciro, Itamar,
Serra, Tasso, gente que fica pensando na candidatura o dia todo."
"Com um discurso desses, tem
gente que ainda diz que não é candidato", disse o deputado federal
José Genoino. Na estratégia da cúpula petista, o melhor momento
para o lançamento da candidatura é junho. Imaginam que até lá
três fatores estarão definidos: o
primeiro é se o PSB vai ter candidato próprio (o governador do
Rio, Anthony Garotinho) ou se
seguirá na coligação petista.
O segundo é saber se o governador Itamar Franco (MG) conseguirá viabilizar sua candidatura.
O terceiro fator é se a base governista vai ter candidato único.
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