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Discriminação é maior no campo do que na cidade
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RIBEIRÃO PRETO
A mulher é mais discriminada no campo do que na cidade,
mas uma mentalidade menos
machista já está surgindo na
área rural. A opinião é da líder
camponesa Itelvina Masioli, 37,
da direção nacional do MST
(Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e da
coordenação da ANMTR.
Segundo Itelvina, há alguns
anos a questão do gênero começou a ser debatida dentro
dos movimentos sociais.
"Historicamente, há uma
cultura de que a mulher no
campo é um apêndice do homem e tem que ser submissa.
Na maioria das vezes, ela sequer tem documentos. O enfrentamento é diário, mas o fato de a mulher estar acordando
e lutando por seus direitos faz
toda a diferença na sua relação
com o homem, com os filhos,
com a sociedade."
Essa mudança, segundo ela,
se evidencia no fato de mais
mulheres estarem assumindo
funções de liderança nos movimentos sociais e se capacitando
melhor.
Para Itelvina, os acampamentos de camponesas nesta
semana vão fortalecer ainda
mais a organização das mulheres . "Nosso país vive um momento de crise, de aumento das
desigualdades sociais. A mulher não só gera filhos. Ela tem
uma força muito grande e deve
aproveitar a data para botar a
boca no mundo contra essa situação", disse.
Itelvina, uma das 13 crianças
de um casal de pequenos produtores rurais do Espírito Santo, deixou seu Estado com a família na década de 80 em direção a Rondônia atrás de terras
para plantar. Em 1987 ingressou num acampamento do
MST e hoje organiza o movimento no Mato Grosso.
(ES)
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