São Paulo, domingo, 04 de março de 2001

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Discriminação é maior no campo do que na cidade

DA AGÊNCIA FOLHA, EM RIBEIRÃO PRETO

A mulher é mais discriminada no campo do que na cidade, mas uma mentalidade menos machista já está surgindo na área rural. A opinião é da líder camponesa Itelvina Masioli, 37, da direção nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e da coordenação da ANMTR.
Segundo Itelvina, há alguns anos a questão do gênero começou a ser debatida dentro dos movimentos sociais.
"Historicamente, há uma cultura de que a mulher no campo é um apêndice do homem e tem que ser submissa. Na maioria das vezes, ela sequer tem documentos. O enfrentamento é diário, mas o fato de a mulher estar acordando e lutando por seus direitos faz toda a diferença na sua relação com o homem, com os filhos, com a sociedade."
Essa mudança, segundo ela, se evidencia no fato de mais mulheres estarem assumindo funções de liderança nos movimentos sociais e se capacitando melhor.
Para Itelvina, os acampamentos de camponesas nesta semana vão fortalecer ainda mais a organização das mulheres . "Nosso país vive um momento de crise, de aumento das desigualdades sociais. A mulher não só gera filhos. Ela tem uma força muito grande e deve aproveitar a data para botar a boca no mundo contra essa situação", disse.
Itelvina, uma das 13 crianças de um casal de pequenos produtores rurais do Espírito Santo, deixou seu Estado com a família na década de 80 em direção a Rondônia atrás de terras para plantar. Em 1987 ingressou num acampamento do MST e hoje organiza o movimento no Mato Grosso. (ES)



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