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São Paulo, terça-feira, 04 de março de 2003

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BAHIAGATE

Delegado afirma que sua empresa não faz grampos

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Apontado pela PF (Polícia Federal) como chefe do esquema de grampos ilegais na Bahia, o delegado Valdir Gomes Barbosa, 50, negou em Vitória da Conquista (BA) que tenha usado sua empresa de consultoria, a Consultis Investigação e Segurança, em qualquer atividade ligada a grampos.
"Minha empresa é embrionária. Tenho outros dois sócios e jamais a utilizei para grampear qualquer pessoa." Indiciado pela PF por falsificação de documento público e escuta ilegal, Barbosa disse que costumava enviar às empresas de telefonia os pedidos de rastreamento feitos pela Justiça de diferentes locais do Estado.
"Eu não sou obrigado a enviar os pedidos da Secretaria da Segurança Pública. Se estivesse em outra cidade, até para dar mais agilidade ao processo, encaminhava os pedidos de hotéis, postos de gasolina e outras empresas."
Barbosa confirmou que os outros 53 grampos identificados pelo Tribunal de Justiça da Bahia foram autorizados pelos juízes Jeferson Alves de Assis e Deyse Lago Ribeiro Coelho, ambos de Salvador. "Eram crimes distintos. Um relacionava-se a uma tentativa de extorsão. O outro, a um sequestro ocorrido em Salvador. Os juízes estavam corretos em autorizar o monitoramento", afirmou.
Segundo Barbosa, os pedidos foram encaminhados à SSP por familiares das vítimas. Entre os números grampeados estavam o do advogado Plácido Farias, 40, e o da sua namorada, Adriana Barreto, 30, ex-namorada do senador Antonio Carlos Magalhães, que é casado. Barbosa disse que tem sido injustamente apontado como responsável pelos grampos: "Até agora, concretamente, não existe absolutamente nada que comprove a prática de qualquer irregularidade praticada por mim".
Ontem, o vice-presidente do PFL, o prefeito do Rio, Cesar Maia, defendeu ACM: "Sou pela transparência sempre, mas confio no senador. Ele diz que não [está envolvido" e eu acredito no senador. Se a cada denúncia for aberto um processo, o Senado não fará outra coisa". (LUIZ FRANCISCO)


Colaborou a Sucursal do Rio

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