São Paulo, quinta-feira, 04 de março de 2004

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PSDB pede proteção a Paes de Barros

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ANÁPOLIS (GO)

O senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), autor do pedido da CPI para investigar o caso Waldomiro Diniz, divulgou que um primo seu foi assassinado em Cuiabá, o que levou a cúpula tucana a pedir proteção da Polícia Federal para a família dele.
O parente do senador, o gerente de gráfica Luiz França de Moura Neto, 49, foi encontrado morto ontem às margens de uma rodovia em Várzea Grande (10 km de Cuiabá). O rosto e as mãos estavam queimados. Não havia ontem ainda laudo da necropsia. A suspeita da polícia é de latrocínio, mas não descarta crime passional.
Paes de Barros disse que a forma do assassinato é típica de esquadrões da morte e que o primo não tinha inimigos. Foi o senador que entregou ao Ministério Público Federal o vídeo que gerou o escândalo em que o ex-assessor do Planalto Waldomiro Diniz negocia, em 2002, propina com um empresário do jogo.

Motivações
O líder do partido no Senado, Arthur Virgílio (AM), sugeriu que o crime tenha tido motivações políticas. "Está provado estatisticamente que se meter com esse pessoal dá pelo menos azar", ironizou, citando o assassinato de seis personagens de alguma forma ligados aos fatos que cercaram a morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), em 2002.
Ao ser questionado se estava acusando o governo ou o PT de participação no assassinato em Cuiabá, Virgílio afirmou: "Se eu tiver certeza, eu acuso; como não tenho, não posso dizer nada".
No entanto, o líder tucano disse que Paes de Barros e sua família estão sendo ameaçados.
O próprio Paes de Barros foi mais cauteloso. "Tenho o dever de não fazer nenhuma especulação", limitou-se a declarar sobre os motivos do crime. O senador também negou estar sendo ameaçado, mas disse que familiares -segundo o relato de outros senadores, sua filha- têm recebido telefonemas anônimos nos quais uma pessoa limita-se a perguntar com quem está falando e desligar.

Questionário
Os tucanos também decidiram pedir à PF a lista das perguntas feitas ontem a Waldomiro Diniz. "Queremos saber qual é a linha de investigação da Polícia Federal", disse Virgílio, acrescentando que pretendia ler as questões no plenário do Senado.
O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), disse que telefonou ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para pedir que a PF acompanhe o caso e ofereça proteção à família de Paes de Barros. "Em um caso como esse, nenhuma hipótese pode ser descartada."


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