São Paulo, sexta-feira, 04 de março de 2005

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PAINEL

Curto-circuito 1
Extra-oficialmente, o BNDES já informou ao governo paulista que não pretende socorrer a Cesp nos termos da proposta feita por Geraldo Alckmin. O tucano sonhava capitalizar a energética transformando dívidas em participação acionária do banco na endividada estatal.

Curto-circuito 2
A informação esquentou ontem os ânimos dos tucanos, que enxergam "má vontade" da gestão petista do BNDES para com Alckmin. Em 2003, argumentam, o banco lançou mão do mesmo atalho para salvar a Eletropaulo. A Cesp deve R$ 10 bi.

Elas por elas
O governo emitiu sinais aos comandantes do Congresso de que, se o aumento de salários dos parlamentares for definitivamente enterrado, ficará mais fácil discutir a derrubada da medida provisória 232.

Sinal verde
No jantar anteontem com a bancada do PMDB, o ministro Antonio Palocci ouviu que há um bom terreno no Senado para o entendimento sobre a proposta de autonomia do BC.

Sem pressa
Animado com a receptividade, Palocci disse aos senadores que o governo não pretende ser açodado na discussão da matéria e que estaria disposto a encampar um projeto que surgisse no Congresso, em vez de mandar um pacote já fechado.

Estrada para 2006
Na próxima terça-feira, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), reunirá os líderes para retomar a discussão sobre reforma política. A primeira missão será a derrubada da verticalização das coligações.

Rancor eterno
Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) ficou furioso ao saber que seus inimigos peemedebistas Geddel Vieira Lima (BA) e Jader Barbalho (PA) presidirão comissões fortes na Câmara.

Reserva de mercado
O presidente Lula tem dado poucas pistas sobre a reforma ministerial, mas foi textual ao dizer a aliados que não contem com o Ministério das Cidades. A pasta não sairá da cota do PT. Se deixar o cargo, Olívio Dutra será substituído por outro petista.

Melhor assim
Os mesmos aliados dizem que, loteada por petistas, a pasta das Cidades deixou de ser atraente. E avisam: na reforma, querem ministérios de "porta fechada", fora da influência do PT.

Não é comigo
Ardoroso defensor da retomada da coordenação política do governo pelo PT, o secretário-nacional da sigla, Sílvio Pereira, nega ter pressionado empresários a não apoiar a permanência de Aldo Rebelo (PC do B). O ministro, porém, ouviu relatos de que pressão houve.

Torneira seca
A ex-prefeita petista Marta Suplicy encerrou os quatro anos de sua administração em São Paulo devendo R$ 143,1 mi em contas de água para a Sabesp.

Embaixatriz
Thereza Collor comandará o escritório de Alagoas em São Paulo. Ela será secretária extraordinária do governador Ronaldo Lessa (PDT) e fará a interlocução com empresários.

Mancha revolucionária
Foi do Palmeiras, e não do Corinthians, a camisa personalizada que o diretor-geral da Abin, Mauro Marcelo, deixou de presente a Fidel Castro em sua passagem por Cuba.

Visita à Folha
Elson Valim Ferreira, diretor-executivo da FDC (Fundação Dom Cabral - Desenvolvimento de Executivos e Empresas), visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Marielza Augelli, gerente de conta da Andreoli MS&L.

TIROTEIO

Do deputado estadual Ênio Tatto (PT-SP) sobre o pedido de socorro feito pelo tucano Geraldo Alckmin ao BNDES para tentar salva a Cesp:
-O estranho é o governador, de pires na mão, alardear austeridade financeira e ainda acusar o banco de má vontade com as negociações ainda abertas.

CONTRAPONTO

Conhecimento de causa

No encontro de terça-feira passada dos líderes dos principais partidos do Senado com o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), o tucano Arthur Virgílio (AM) aproveitou a aprovação das novas regras para discursos em plenário para cutucar um colega:
-Eu proponho que nós batizemos esse conjunto de medidas de pacote Anti-Mão Santa-, disse ele, em referência ao peemedebista do Piauí.
Pelas novas regras, a duração dos pronunciamentos será reduzida de 20 para 10 minutos.
Orador assíduo, quase sempre atacando o governo, e famoso por pedir apartes às falas dos colegas, Mão Santa rebateu:
-O título veio justamente do maior atropelador de discursos da Casa, que chega a fazer dez ou mais intervenções em plenário. Para isso, basta que o líder do governo, o Aloizio Mercadante (PT), esteja discursando!


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