São Paulo, sexta-feira, 04 de março de 2005

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DANÇA DOS MINISTROS

Nos EUA, ministro falou sobre reforma, encontrou Condoleezza Rice e oficializou convite para Bush vir ao Brasil

Articulação política está indefinida, diz Dirceu

FABIANO MAISONNAVE
DE WASHINGTON

O ministro José Dirceu (Casa Civil) disse ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "nunca falou" que a articulação política do governo, hoje sob o comando de Aldo Rebelo (PC do B), voltará para o PT, mas disse que o assunto "não está decidido".
"Primeiro, essa é uma questão que não está decidida", disse, ao ser questionado sobre o assunto, em entrevista coletiva ontem, na Embaixada do Brasil em Washington. "O presidente nunca falou que [a articulação política] vai voltar para o PT."
"Não podemos responsabilizar o ministro Aldo por questões que são de responsabilidade de todos nós e do próprio PT. Não é leal e não é correto. Quem fará a articulação política é uma questão que cabe ao presidente resolver."
Dirceu disse que Lula "vai compor um grupo de auxiliares para conduzir a articulação política, porque o articulador político não trabalha sozinho. Tem o líder do governo na Câmara e no Senado, tem o líder no Congresso, tem os líderes dos partidos aliados que foram reeleitos".
"É uma equipe que trabalha e que nós ajudamos, particularmente os ministros que fazem parte da coordenação política."
Sobre a reforma ministerial, o ministro disse que "o presidente já tem todos os elementos, todas as informações para fazer a mudança. Tudo que ele precisou, que ele demandou, nós realizamos. Conversas, consultas, avaliações dentro do governo. Conversamos com os ministros do PT".
Para Dirceu, a situação está "preparada" e "não haverá nenhum empecilho da parte dos ministros do PT . Pelo contrário: o presidente terá todo o apoio para fazer as mudanças que ele compreender que sejam necessárias para o país neste momento". Segundo ele, a reforma ministerial sai dentro de até duas semanas.

Visita de Bush
Acostumado a negociações políticas domésticas, Dirceu ontem teve uma agenda de chanceler na capital americana, onde se encontrou com a secretária de Estado, Condoleezza Rice, e com o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Stephen Hadley.
Na reunião com Rice, Dirceu conversou sobre Cuba, a retomada nas negociações da Alca e oficializou o convite de Lula para que o presidente americano, George W. Bush, visite o país.
"Foi um encontro de reafirmação das boas relações entre o Brasil e os Estados Unidos."
Caso a viagem do presidente dos EUA ao Brasil se realize, a data mais provável é em novembro, quando Bush participará, na Argentina, da Cúpula das Américas.
Com relação a Cuba, onde Dirceu se exilou durante a ditadura, o ministro disse que "novamente registramos nossa concordância na discordância". Dirceu é amigo pessoal do ditador Fidel Castro
"Temos a opinião de que o importante, neste momento, são mais relações, mais comércio, mais investimentos, mais viagens, mais remessas de recursos dos familiares para Cuba."
Sobre a Venezuela, o chefe da Casa Civil disse que não houve nenhuma referência ao recente ao anúncio da venda de Super Tucanos ao governo de Hugo Chávez.
A respeito da negociação da Alca, o ministro afirmou que a negociação "será mais longa, mais complexa", mas que os dois países têm interesse no bloco econômico para as Américas.


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