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DANÇA DOS MINISTROS
Nos EUA, ministro falou sobre reforma, encontrou Condoleezza Rice e oficializou convite para Bush vir ao Brasil
Articulação política está indefinida, diz Dirceu
FABIANO MAISONNAVE
DE WASHINGTON
O ministro José Dirceu (Casa
Civil) disse ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "nunca falou" que a articulação política
do governo, hoje sob o comando
de Aldo Rebelo (PC do B), voltará
para o PT, mas disse que o assunto "não está decidido".
"Primeiro, essa é uma questão
que não está decidida", disse, ao
ser questionado sobre o assunto,
em entrevista coletiva ontem, na
Embaixada do Brasil em Washington. "O presidente nunca falou que [a articulação política] vai
voltar para o PT."
"Não podemos responsabilizar
o ministro Aldo por questões que
são de responsabilidade de todos
nós e do próprio PT. Não é leal e
não é correto. Quem fará a articulação política é uma questão que
cabe ao presidente resolver."
Dirceu disse que Lula "vai compor um grupo de auxiliares para
conduzir a articulação política,
porque o articulador político não
trabalha sozinho. Tem o líder do
governo na Câmara e no Senado,
tem o líder no Congresso, tem os
líderes dos partidos aliados que
foram reeleitos".
"É uma equipe que trabalha e
que nós ajudamos, particularmente os ministros que fazem
parte da coordenação política."
Sobre a reforma ministerial, o
ministro disse que "o presidente
já tem todos os elementos, todas
as informações para fazer a mudança. Tudo que ele precisou, que
ele demandou, nós realizamos.
Conversas, consultas, avaliações
dentro do governo. Conversamos
com os ministros do PT".
Para Dirceu, a situação está
"preparada" e "não haverá nenhum empecilho da parte dos ministros do PT . Pelo contrário: o
presidente terá todo o apoio para
fazer as mudanças que ele compreender que sejam necessárias
para o país neste momento". Segundo ele, a reforma ministerial
sai dentro de até duas semanas.
Visita de Bush
Acostumado a negociações políticas domésticas, Dirceu ontem
teve uma agenda de chanceler na
capital americana, onde se encontrou com a secretária de Estado,
Condoleezza Rice, e com o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Stephen Hadley.
Na reunião com Rice, Dirceu
conversou sobre Cuba, a retomada nas negociações da Alca e oficializou o convite de Lula para
que o presidente americano,
George W. Bush, visite o país.
"Foi um encontro de reafirmação das boas relações entre o Brasil e os Estados Unidos."
Caso a viagem do presidente
dos EUA ao Brasil se realize, a data mais provável é em novembro,
quando Bush participará, na Argentina, da Cúpula das Américas.
Com relação a Cuba, onde Dirceu se exilou durante a ditadura, o
ministro disse que "novamente
registramos nossa concordância
na discordância". Dirceu é amigo
pessoal do ditador Fidel Castro
"Temos a opinião de que o importante, neste momento, são
mais relações, mais comércio,
mais investimentos, mais viagens,
mais remessas de recursos dos familiares para Cuba."
Sobre a Venezuela, o chefe da
Casa Civil disse que não houve
nenhuma referência ao recente ao
anúncio da venda de Super Tucanos ao governo de Hugo Chávez.
A respeito da negociação da Alca, o ministro afirmou que a negociação "será mais longa, mais
complexa", mas que os dois países têm interesse no bloco econômico para as Américas.
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