DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou ontem a criação de um grupo de trabalho que envolve 11 ministérios para definir ações emergenciais e estruturais para a seca que atinge o Sul do país, principalmente o Rio Grande do Sul.
Em encontro ontem no Palácio do Planalto com parlamentares, ministros e representantes de agricultores, Lula disse que quer, em cinco dias, um plano emergencial para a região. E prometeu visitar cidades dos três Estados (RS, SC e PR) em dez dias para anunciar pessoalmente as ações.
No encontro, Lula admitiu que um dos problemas atuais é a falta de agilidade para a publicação no "Diário Oficial" da União de portaria que reconhece a situação de emergência dos municípios afetados. Para isso, é preciso que a prefeitura local emita um decreto e que o Estado o homologue.
"No Rio Grande do Sul, até agora, embora 397 municípios tenham decretado estado de emergência, apenas 35 tiveram seus documentos entregues aqui em Brasília. Os governos dos Estados precisam apressar essa documentação, para que o governo federal possa ter um levantamento mais preciso", disse o deputado federal Orlando Desconsi (PT-RS), coordenador do núcleo agrário do PT.
Para Romário Rossetto, da coordenação nacional do MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores), é preciso que o governo federal atue de forma emergencial na questão do abastecimento de água no Sul.
O governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), anunciou a liberação de cerca de R$ 8 milhões para amenizar os problemas da estiagem no Estado. R$ 5,16 milhões serão usados para obras em poços artesianos e redes de canalização em 221 municípios. Outros R$ 2,9 milhões serão utilizados na construção de açudes, segundo dados da assessoria de comunicação. A assessoria informou ainda que já havia sido acordada a compra de cerca de 100 mil sacas de sementes de aveia para distribuição a pequenos produtores rurais. (EDS E JD)