São Paulo, sexta-feira, 04 de março de 2005

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TODA MÍDIA

Nelson de Sá

Condi e José Dirceu

Agências internacionais e a Globo, que segue José Dirceu há dias pelo mundo, deram que a Alca foi destaque na conversa do ministro com a secretária de Estado, Condoleezza Rice, na "photo-op" de ontem em Washington.
O porta-voz da secretária dos EUA relatou no site do Departamento de Estado que "a Alca certamente veio à tona", mas que a conversa abordou "um monte de coisas".
Para começar, discutiram o encontro entre América Latina e Oriente Médio, que vem aí, no Brasil -e "ficou claro como é importante, para nós e para o Brasil, a reforma democrática" nos países árabes.
Mas havia algo mais significativo, "eu estou esquecendo algo grande", observou o porta-voz. Ele checou as notas:
- Deixe-me ver... Eles falaram sobre o Haiti. E falaram sobre a relação entre os Estados Unidos e o Brasil, que tem sido muito próxima e como nós estamos trabalhando bem. Não apenas entre as nações, mas entre os dois presidentes.
Pelo jeito, parou por aí.
Quanto à Alca, destacada no Jornal Nacional, o porta-voz de "Condi" procurou deixar claro que não é para já.

OUTRAS INFLUÊNCIAS


SORRISOS Prosseguia ontem, em jornais sul-americanos como o "Página 12", a repercussão do encontro -e da sorridente concordância- entre Lula, Néstor Kirchner e Hugo Chávez

Sem os EUA, outros vão tomando a iniciativa na América Latina. Ontem o "Financial Times" noticiou que a Espanha de José Luis Zapatero está organizando um encontro com o brasileiro Lula, o venezuelano Hugo Chávez e o colombiano Alvaro Uribe, até o final deste mês, para coordenar "o combate ao terrorismo" na Amazônia -e na Colômbia em particular.
Por outro lado, o "Miami Herald" destacou ontem um estudo elaborado pela academia de ciências da China, "Reformas Econômicas em Cuba, na Perspectiva Chinesa", que aponta "o que Cuba pode aprender com a China". Entre outras lições: "o mercado pode também servir ao socialismo"; "a liderança cubana poderia ser mais liberal e corajosa em áreas como a abertura [comercial] para o resto do mundo"; e "é necessário deixar algumas pessoas se tornarem ricas".

Patrimônio
Já não vai bem a imagem do Congresso, sob o comando de Severino Cavalcanti.
E ontem o site Congresso em Foco entrou na rede com novo levantamento detalhado sobre "a evolução patrimonial dos parlamentares". Os eleitos no ano passado "tiveram aumento patrimonial de até 233%".

A quem produz
O ministro Antônio Palocci apostou que os números ainda vão dizer que a carga tributária não aumentou em 2004.
Já o pefelista Cesar Maia faz da aposta contrária a sua bandeira, em novos comerciais. Em início de campanha, ele já promete "diminuir o peso dos impostos sobre quem produz".

NOVOS PROBLEMAS

economist.com/Reprodução
Ilustração da "Economist" traz Lula distribuindo dinheiro

"O ministro Antônio Palocci deve se sentir agora como alguém que diz eu-não-falei", escreveu ontem a revista "The Economist". Afinal, sua tão criticada política fiscal "nocauteou a inflação em 2003 e entregou depois um crescimento de 5,2% no ano passado":
- Mas o sucesso apresentou novos problemas e novos críticos a Mr. Palocci.
A nova crítica é que agora "a política orçamentária está fazendo pouco para conter a demanda e a inflação", o que leva a uma taxa de juros alta demais.
A "Economist" concorda, "desta vez os críticos estão certos", e aponta o dedo para "o chefe de Mr. Palocci, presidente Lula", que elevou "os gastos do governo em 11% no ano passado". E agora, diz a revista ultraliberal, "ele vai elevar o salário mínimo para R$ 300 (US$ 115)", aumentando o custo da Previdência.


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