AGÊNCIA FOLHA

A Polícia Civil de Anapu (PA) investiga a participação de Geraldo Magela Filho, 33, técnico agrícola da Associação Solidária, Econômica e Ecológica de Frutas da Amazônia -fundada pela freira Dorothy Stang-, e de José Rodrigues Silva, o Zé Dentista, no assassinato de Adalberto Xavier Leal, 38. Ele foi morto às 23h do dia 12, pouco depois da morte da freira.
De acordo com o delegado de Anapu, Marcelo Ferreira de Souza Luz, três testemunhas apontaram Geraldo Magela e Zé Dentista como autores do crime. A filha de Leal disse, segundo a polícia, ter reconhecido Magela fugindo após os disparos. Ele era considerado braço direito da freira.
Segundo o delegado, os dois homens podem ser indiciados pelo assassinato de Leal. Outros seis suspeitos são investigados.
Adalberto Xavier Leal trabalhava na gleba Bacajá, reivindicado pelo fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, acusado de ser o mandante da morte de Stang.
A Polícia Civil tinha as hipóteses de vingança e queima de arquivo. O delegado descartou a possibilidade de o crime ter sido queima de arquivo e confirmou que foi por vingança. As polícias Civil e Federal chegaram a associar as mortes, mas voltaram atrás. Agora, reconhecem a ligação.
Magela foi um dos responsáveis pela captura de Rayfran das Neves Sales, o Fogoió, que confessou à polícia ter atirado em Dorothy. O técnico fez denúncia no dia 20, dizendo ter identificado o acusado quando passava pela Transamazônica a 35 km de Anapu.

Perseguição
O prefeito de Anapu, Luiz dos Reis Carvalho (PTB), disse ser "vítima de perseguição do Incra" e admitiu não ter o registro da posse de área de 100 ha que possui na cidade. O Incra em Anapu confirmou que o prefeito não possui documento de posse da área.
"Isso é perseguição do Incra. Estou tentando legalizar a área há mais de dez anos."


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