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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Tasso quer resposta do prefeito até segunda, mas ele pretende resistir à pressão; por sua vez, Alckmin diz que questão deve se resolver "em dias"
PSDB fecha cerco a Serra, que se esquiva
CATIA SEABRA
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Disposto a pôr um ponto final
ao impasse do partido ainda na
semana que vem, o presidente do
PSDB, senador Tasso Jereissati
(CE), se encontra com o prefeito
de São Paulo, José Serra, na segunda-feira, quando participa de
solenidade em homenagem ao
governador Mário Covas, morto
há cinco anos. Mas, segundo tucanos, Serra pretende resistir à pressão e esticar ao máximo o prazo
para anúncio de sua decisão.
Segundo tucanos, Tasso e Serra
só conversaram, por telefone, na
noite de quinta-feira. Como a
conversa não foi conclusiva, Tasso diz estar à espera de uma resposta do prefeito. Só então poderia mostrar ao governador Geraldo Alckmin que Serra conta com
o apoio do partido. E não o contrário, como Serra gostaria.
Depois de falar com Tasso ao telefone, o governador de Minas,
Aécio Neves, informou, por intermédio de sua assessoria, que o
anúncio oficial do partido só
acontecerá após sua volta do Canadá, prevista para o dia 10.
Apesar da impaciência, Tasso
ao menos comemorou a decisão
do TSE de manter a verticalização
como um estímulo à candidatura
de Serra. Para tucanos, a exigência
de reprodução das alianças nacionais nos Estados -conceito defendido pelo prefeito- abalaria o
palanque do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A medida seria
um incentivo ao hesitante Serra.
Alvo de críticas por sua reclusão
em Buenos Aires, Serra embarcou
ontem à noite para o Brasil e participa de atividades públicas hoje,
incluindo uma inauguração ao lado de Alckmin. Alckmin, por sua
vez, decidiu investir no momento
de fragilidade de Serra e cobrar
uma definição do partido. "Não
há razão para mais demora. Vamos aguardar. Em questão de
dias, isso deve estar resolvido."
Líder do governo Alckmin na
Assembléia, Edson Aparecido
avisa que o "governador vai acelerar a agenda" e apelar para o fim
desse "desgaste desnecessário".
"Vamos fazer uma pressão ordeira para o partido decidir. Não é
possível ficar exposto a esse desgaste brutal e desnecessário".
Alckmin viaja na terça-feira para Goiás, onde participa do aniversário do governador Marconi
Perillo, e para a Paraíba.
Como Serra reivindica unidade
para se lançar, Alckmin deixa claro que não mudará a estratégia
caso o prefeito manifeste intenção
de concorrer: "Meu nome continua à disposição do PSDB".
"Se Serra disser sim, Alckmin
pedirá que se estabeleça um critério de escolha. Ele não é mais dono da candidatura dele", disse o
deputado Sílvio Torres. Secretário
do governo Alckmin, João Carlos
Meirelles defende até disputa em
convenção. Citando Covas, alega
que "a democracia interna é o que
dá musculatura a um partido".
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