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O PUBLICITÁRIO
Valério cobra dívida do BB na Justiça
JOSIAS DE SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Por determinação do juiz Fabrício Fontoura Bezerra, da 10ª Vara
Civil de Brasília, o Banco do Brasil
e a Visanet vão receber nos próximos dias uma notificação judicial
em que a DNA Propaganda, da
qual Marcos Valério foi sócio, cobra uma suposta dívida de R$
12,982 milhões. A ordem foi assinada pelo juiz em 20 de fevereiro.
O auto de notificação ficou pronto quatro dias depois, no dia 24.
Movida pelo escritório do advogado Rodolfo Gropen, contratado
por Valério em Belo Horizonte, a
notificação dá um prazo de 30
dias para que o BB e a Visanet liquidem a suposta dívida. Caso
contrário, o valor será executado
judicialmente. O argumento de
Valério de que é credor entra em
confronto com o teor de auditoria
concluída pelo BB em dezembro.
A auditoria constatou que foram repassados à DNA R$ 23,2
milhões sem nenhum serviço
prestado. O BB não encontrou em
seus arquivos nenhuma nota fiscal ou recibo que atestasse a realização de campanhas publicitárias
dos cartões de crédito de bandeira
Visa, motivo da contratação da
DNA. A agência seria, então, devedora e não credora do banco.
O resultado da auditoria foi o
ponto central de relatório parcial
da CPI dos Correios, divulgado
em dezembro. Valendo-se da auditoria do BB, o relator Osmar
Serraglio (PMDB-PR) sustentou
que estavam evidenciados desvios para o caixa dois do PT.
No texto da notificação, os advogados de Valério informam
que, em 17 de janeiro de 2005, o
BB endereçou uma correspondência à DNA. Na carta, o banco
contabiliza pagamentos de R$
2.064.522,61, até 14 de dezembro
de 2004, sem a correspondente
prestação de serviços. E cobra a
devolução do dinheiro.
"Contudo", afirmam os advogados de Valério, "após 14 de dezembro de 2004 -e no decorrer
do exercício de 2005- foram efetuados" pela DNA "diversos serviços em favor" da Visanet, "prévia e devidamente solicitados e
autorizados" pelo BB. Os serviços
totalizariam R$ 15.047.210,35.
Subtraindo-se desse valor a importância que o BB cobrava da
DNA, restaria um saldo em favor
da agência de R$ 12.982.687,74.
Valério sustenta que tentou entregar ao BB, em 30 de novembro
de 2005, documentos que comprovariam a execução dos serviços. Como a diretoria de Marketing do banco se recusou a receber
os papéis, a DNA formalizou uma
primeira notificação, em caráter
"extrajudicial", para obrigar o recebimento da documentação, o
que foi feito em 20 de dezembro.
O BB não se manifestou desde
então, o que levou a DNA a ajuizar a notificação agora deferida
pelo juiz. Após 30 dias, se não
houver o pagamento do suposto
débito, a agência de Valério ingressará com a cobrança judicial.
Outro lado
A Visanet informou que "nunca teve" relação contratual com a
DNA. Disse que o BB realizou pagamentos à agência com verba do
fundo de marketing para ações de
incentivo de emissão e ativação de
cartões de crédito e débito da instituição. Informou ainda que
aguardará o recebimento da notificação judicial para "se posicionar" sobre a questão. O BB disse
que ainda não foi notificado sobre
a decisão e não iria se manifestar.
Josias de Souza escreve o blog "Nos Bastidores do Poder" no endereço www.folha.com.br/blogs/josiasdesouza
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