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CONGRESSO
Presidente do Senado propõe que comissão analise as contas dos dois; peemedebista volta a acusar pefelista
ACM desafia Jader a abrir sigilo bancário
RAQUEL ULHÔA
da Sucursal de Brasília
O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA),
afirmou ontem que vai abrir mão
do seu sigilo bancário e desafiou o
presidente do PMDB, senador Jader Barbalho (PA), a fazer o mesmo, para que suas contas sejam
examinadas por uma comissão de
senadores ou pelo Conselho de
Ética e Decoro Parlamentar.
ACM disse possuir mais de 250
notícias de jornal que levantam
dúvidas sobre a "seriedade" de Jader. E afirmou que, como candidato à presidência do Senado, o
peemedebista terá de provar que
é "honrado". Líder de sua bancada no Senado, Jader é o nome do
PMDB para disputar a sucessão
de ACM, em fevereiro de 2001.
O presidente do Senado disse
que iria formalizar o desafio a Jader amanhã, em pronunciamento
no plenário ou por escrito. Ele sugeriu que a comissão encarregada
de examinar seus bens e os de Jader seja composta por um senador do PFL, um do PMDB, um do
PSDB e dois do bloco de oposição.
"Eu vou provar, mais uma vez,
que sou honrado e mostrar que o
que me atacou deve fazer o mesmo. Eu acho que o presidente do
PMDB tem de apresentar também a quebra do seu sigilo bancário e explicar como seus bens foram adquiridos", disse ACM.
Reação
Jader divulgou nota no final da
tarde, por meio de sua assessoria,
na qual volta a fazer acusações ao
pefelista, mas não comenta o desafio lançado por ACM.
O atual embate dos dois senadores foi provocado por divergências em torno do salário mínimo. Jader apóia a proposta do governo (R$ 151 em 3 abril e possibilidade de Estados fixarem tetos
locais diferenciados) e ACM defende um piso nacional de R$ 177.
Em debate na sessão do Senado
da última quarta-feira, Jader chamou ACM de demagogo, já que o
ministro da Previdência, Waldeck
Ornélas, que é do PFL baiano, se
posicionou contra o aumento do
mínimo acima de R$ 151.
Na nota divulgada ontem, Jader
diz ter tentado manter um debate
à altura do Senado ao cobrar
ACM "sobre a grave contradição
entre sua demagógica campanha
do salário mínimo e a postura do
seu ministro". "Entretanto, Antonio Carlos, como de costume, na
ausência de argumentos, diversionista como sempre, tenta agredir, conduzindo para o campo
pessoal. A opinião pública já conhece seus métodos e sua tradicional truculência", diz a nota.
Quanto à quebra de sigilo de
ambos, proposta por ACM, Jader
afirma na nota que o pefelista deve estar "atendendo às provocações e denúncias" de Nicéa Pitta.
Ela acusou o presidente do Senado de pressionar a Prefeitura de
São Paulo a pagar uma dívida
com a empreiteira OAS, que tem
como sócio um genro de ACM,
Cesar Mata Pires.
As declarações de ACM foram
feitas pela manhã, antes da conversa que teve com os líderes do
governo no Senado, José Roberto
Arruda (PSDB-DF), e no Congresso, deputado Arthur Virgílio
(PSDB-AM). Os dois foram tentar
pacificar ACM e Jader, a pedido
de Fernando Henrique Cardoso.
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