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TENSÃO NO CAMPO
Pastoral cobra "posição clara e contumaz" sobre reforma
CPT critica política agrária do governo em documento
ADRIANA CHAVES
DA AGÊNCIA FOLHA
A CPT (Comissão Pastoral da
Terra) reforçou ontem às críticas
à política agrária do governo Luiz
Inácio Lula da Silva, durante o encerramento da 16ª Assembléia
Nacional, que reuniu 80 delegados de 21 regionais desde segunda-feira, em Goiânia.
A programação terminou com a
divulgação de uma mensagem dirigida aos trabalhadores rurais e
de um documento com as diretrizes e desafios para o ano de 2003.
No texto, a CPT manifesta sua
"preocupação com a atual conjuntura política nacional e internacional" e critica o "sistema político global de exclusão e violência,
de miséria e desigualdades sociais, de imposição e desrespeito
cultural, de intolerância religiosa
e fundamentalismo político".
A exemplo do que o presidente
nacional da CPT, d. Tomás Balduíno, declarou no início da semana, a pastoral alertou para o
"sentimento de frustração" em
relação à política agrária da gestão
Lula. "Reivindicamos do governo
federal uma posição clara e contumaz a favor da reforma agrária,
contra o latifúndio, pelo limite da
propriedade e pela democratização da estrutura fundiária brasileira", afirma a nota.
Para a CPT, a reforma deve
priorizar a desapropriação das
terras que não cumprem sua função social e que alimentam a ação
de milícias privadas, a criminalização dos movimentos sociais e a
prisão e perseguição política às lideranças dos movimentos. "Denunciamos a manutenção do "entulho" autoritário do qual faz parte a medida provisória que proíbe
a vistoria em terras ocupadas, como mais um empecilho para o
avanço da reforma agrária."
A nota da CPT cita ainda o atraso na nomeação dos superintendentes regionais do Incra (Instituto de Colonização e Reforma
Agrária) e do Ibama (Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis), "em razão de interferência
partidária e loteamento dos cargos", além do aumento dos casos
de trabalho escravo.
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