São Paulo, domingo, 04 de abril de 2004

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PAINEL

Porteira fechada 1
A necessidade de dar de comer a aliados cada vez mais indóceis levou o governo a abrir mão da prática de impor aos ministros auxiliares de segundo e terceiro escalões indicados pelo PT.

Porteira fechada 2
A retirada de um petista da secretaria-executiva dos Transportes para dar lugar a homem de confiança de Alfredo Nascimento (PL) foi só o começo. Na Previdência e nas Comunicações, do PMDB, e na Ciência e Tecnologia, do PSB, os novos ministros nomearão à vontade.

Porteira fechada 3
À parte o imperativo de atender à demanda reprimida dos aliados, o Planalto acha que, afrouxando a corda das nomeações, eventuais escândalos atingirão o ministro, sem prejuízo significativo para o presidente.

Operação resgate
O PT se movimenta para salvar a cabeça de Humberto Costa. Teme perder o Ministério da Saúde para outra sigla se o pernambucano for demitido. A ordem é defendê-lo nas tribunas do Congresso e convidá-lo para inaugurações nos Estados.

Equação de 3º grau
Os débitos com José Sarney obrigam o Planalto a providenciar sua reeleição à presidência do Senado. O governo sabe, porém, que se isso ocorrer Renan Calheiros irá para a guerrilha.

Lei do mais forte
Feitas as contas, o Planalto ainda acha mais fácil consolar Renan do que Sarney. Uma das idéias em estudo é oferecer o apoio do PT à sua candidatura ao governo de Alagoas. Um ministério pode ser outra opção.

Limpa-trilhos
Sob a supervisão do secretário-geral da Presidência, Luiz Dulci, emissários do governo já procuram representantes de sindicatos e movimentos sociais na tentativa de evitar um 1º de Maio indigesto para Lula.

Chapéu alheio 1
Anúncio publicado em jornais na semana passada atribui ao governo federal a antecipação do pagamento dos aposentados do décimo para o quinto dia útil de cada mês. A iniciativa, no entanto, foi do Congresso.

Chapéu alheio 2
"O governo realizou um sonho antigo de aposentados", vende a peça publicitária. "A Previdência e o Trabalho chegaram a ser contra a antecipação dos benefícios", rebate o deputado Cláudio Magrão (PPS-SP), autor do projeto que substituiu medida provisória sobre o tema.

Outro lado
A Previdência reconhece que a iniciativa de antecipar o pagamento dos aposentados foi do Congresso, mas ressalva que o projeto foi aprovado com o apoio da base aliada a Lula.

Guerra de imagem
Instrução de Geraldo Alckmin à sua base na Assembléia: o PPP (Projeto de Parceria Público-Privada) paulista tem de ser aprovado antes de Lula emplacar texto similar no Congresso.

Chapa inusitada
O PMDB negocia com o PT o apoio à candidatura da senadora Ana Júlia em Belém, desde que possa indicar como vice Elcione Barbalho, ex-mulher do deputado Jader Barbalho.

Salada maranhense
Em novo capítulo do contencioso com o governador José Reinaldo (PFL), Roseana Sarney (PFL) decidiu apoiar o cunhado Ricardo Murad (PSB) à Prefeitura de São Luís. Tavares já declarou preferência pelo atual prefeito, Tadeu Palácios (PDT).

Parada de sucesso
ACM tenta convencer o radialista Raimundo Varela, filiado ao nanico PTC e bem posto nas pesquisas para a Prefeitura de Salvador, a ser vice na chapa do pefelista Cesar Borges.

TIROTEIO

Do presidente do PT paulistano, Ítalo Cardoso, sobre a revelação de diálogo entre o subprocurador Santoro e o empresário do jogo Carlinhos Cachoeira:
-Desde o início havia suspeita de uma movimentação eleitoreira nos bastidores do caso Waldomiro Diniz. Agora, apareceram pegadas tucanas.

CONTRAPONTO

Estilo Fidel

Na quinta-feira passada, vários parlamentares petistas acompanharam o depoimento de João Pedro Stedile, coordenador nacional do MST, à Comissão Parlamentar de Inquérito da Terra, instalada no Senado.
Entre os representantes do partido, historicamente próximo ao movimento dos sem-terra, estava Eduardo Suplicy. Pouco antes do final dos esclarecimentos de Stedile, o senador paulista pediu a palavra.
Suplicy garantiu que falaria "rapidinho", pois precisava sair para acompanhar Lula em um vôo até São Paulo. Conhecedor do estilo do petista, o tucano Álvaro Dias (PR), presidente da comissão, advertiu:
-Pode falar, senador, mas conto com seu poder de síntese.
Em vão. Suplicy pegou o microfone e justificou a fama. Estava previsto que falasse por no máximo três minutos, mas ele ultrapassou a marca dos dez.


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