São Paulo, domingo, 04 de abril de 2004

Texto Anterior | Índice

MÍDIA

Jornalista Marcelo Beraba pretende levar ao leitor a discussão de temas como internet e noticiário em tempo real

Novo ombudsman da Folha assume e quer priorizar qualidade

DA REPORTAGEM LOCAL

Além de atuar como o canal de comunicação entre o leitor e o jornal, função básica do ombudsman, o jornalista Marcelo Beraba, 52, que assume amanhã esse cargo, tem um objetivo mais ambicioso: colaborar para a melhoria da qualidade da Folha, num "momento difícil", que, segundo ele, está sendo vivido pela imprensa em geral.
"As dificuldades são reflexo da crise econômica que se abateu sobre o país", diz Beraba. "Os veículos estão fragilizados enquanto produto. A crise econômica afetou o quadro de profissionais e pode atingir a qualidade. Isso vem acontecendo, embora haja um grande esforço no sentido contrário", afirma Beraba.
Para o novo ombudsman, o espaço que será ocupado por ele na Folha a partir de amanhã deverá servir de fórum para que temas como internet e noticiário em tempo real sejam debatidos, "inclusive com a participação do leitor".
Jornalista há 33 anos, Beraba é o sétimo profissional a ocupar o cargo de ombudsman desde 1989 -ano em que a função foi criada pela Folha, primeiro jornal a adotá-la no Brasil. Foi antecedido por Caio Túlio Costa, Mario Vitor Santos, Junia Nogueira de Sá, Marcelo Leite, Renata Lo Prete e Bernardo Ajzenberg.
O ombudsman encaminha à Redação as reclamações dos leitores, critica o jornal em sua coluna de domingo e redige, diariamente, uma crítica interna. Seu mandato é de um ano, renovável por mais dois, e ele não pode ser demitido por seis meses após deixar o cargo. Suas sugestões não têm caráter deliberativo.
Marcelo Beraba é formado em jornalismo pela Escola de Comunicação da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), iniciou sua carreira no jornal ""O Globo", em 1971, como repórter de Cidade e de Polícia.
Foi repórter, chefe de reportagem e diretor da Sucursal da Folha no Rio de Janeiro entre 1984 e 1988. Em São Paulo, ainda na Folha, foi editor de Cotidiano, em 88, e editor de Política e do caderno diário sobre a primeira eleição direta para presidente da República desde 1961, publicado durante o ano de 1989.
Entre 1991 e 1996, foi secretário de Redação da Folha, responsável pela área de produção. Em 96, voltou para o Rio, como editor executivo do ""Jornal do Brasil", onde ficou até 98, quando retornou a São Paulo como editor executivo do "Jornal da Globo", da TV Globo.
Em setembro de 99, assumiu mais uma vez o cargo de diretor da Sucursal da Folha no Rio, onde permaneceu até o último dia 15.
É presidente da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e foi diretor do Comitê de Liberdade de Expressão e do Comitê Editorial da ANJ (Associação Nacional dos Jornais).
"Toda minha experiência em jornalismo", diz Beraba, "foi adquirida na vivência interna da produção de um jornal. A perspectiva de passar a ser o defensor do leitor altera muito a forma como vinha atuando até agora, embora o jornalista sempre tenha em mente o interesse de quem o lê."
Para o novo ombudsman, sua crítica terá como base a preocupação com a melhoria do produto, "que é aquilo que em última instância interessa ao leitor".


Texto Anterior: Outro lado: Advogado afirma que amizade justifica "empréstimos pessoais"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.