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MÍDIA
Jornalista Marcelo Beraba pretende levar ao leitor a discussão de temas como internet e noticiário em tempo real
Novo ombudsman da Folha assume e quer priorizar qualidade
DA REPORTAGEM LOCAL
Além de atuar como o canal de
comunicação entre o leitor e o jornal, função básica do ombudsman, o jornalista Marcelo Beraba,
52, que assume amanhã esse cargo, tem um objetivo mais ambicioso: colaborar para a melhoria
da qualidade da Folha, num "momento difícil", que, segundo ele,
está sendo vivido pela imprensa
em geral.
"As dificuldades são reflexo da
crise econômica que se abateu sobre o país", diz Beraba. "Os veículos estão fragilizados enquanto
produto. A crise econômica afetou o quadro de profissionais e
pode atingir a qualidade. Isso vem
acontecendo, embora haja um
grande esforço no sentido contrário", afirma Beraba.
Para o novo ombudsman, o espaço que será ocupado por ele na
Folha a partir de amanhã deverá
servir de fórum para que temas
como internet e noticiário em
tempo real sejam debatidos, "inclusive com a participação do leitor".
Jornalista há 33 anos, Beraba é o
sétimo profissional a ocupar o
cargo de ombudsman desde 1989
-ano em que a função foi criada
pela Folha, primeiro jornal a adotá-la no Brasil. Foi antecedido por
Caio Túlio Costa, Mario Vitor
Santos, Junia Nogueira de Sá,
Marcelo Leite, Renata Lo Prete e
Bernardo Ajzenberg.
O ombudsman encaminha à
Redação as reclamações dos leitores, critica o jornal em sua coluna
de domingo e redige, diariamente, uma crítica interna. Seu mandato é de um ano, renovável por
mais dois, e ele não pode ser demitido por seis meses após deixar
o cargo. Suas sugestões não têm
caráter deliberativo.
Marcelo Beraba é formado em
jornalismo pela Escola de Comunicação da UFRJ (Universidade
Federal do Rio de Janeiro), iniciou
sua carreira no jornal ""O Globo",
em 1971, como repórter de Cidade
e de Polícia.
Foi repórter, chefe de reportagem e diretor da Sucursal da Folha no Rio de Janeiro entre 1984 e
1988. Em São Paulo, ainda na Folha, foi editor de Cotidiano, em
88, e editor de Política e do caderno diário sobre a primeira eleição
direta para presidente da República desde 1961, publicado durante o ano de 1989.
Entre 1991 e 1996, foi secretário
de Redação da Folha, responsável
pela área de produção. Em 96,
voltou para o Rio, como editor
executivo do ""Jornal do Brasil",
onde ficou até 98, quando retornou a São Paulo como editor executivo do "Jornal da Globo", da
TV Globo.
Em setembro de 99, assumiu
mais uma vez o cargo de diretor
da Sucursal da Folha no Rio, onde
permaneceu até o último dia 15.
É presidente da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e foi diretor do Comitê de Liberdade de Expressão e do
Comitê Editorial da ANJ (Associação Nacional dos Jornais).
"Toda minha experiência em
jornalismo", diz Beraba, "foi adquirida na vivência interna da
produção de um jornal. A perspectiva de passar a ser o defensor
do leitor altera muito a forma como vinha atuando até agora, embora o jornalista sempre tenha em
mente o interesse de quem o lê."
Para o novo ombudsman, sua
crítica terá como base a preocupação com a melhoria do produto, "que é aquilo que em última
instância interessa ao leitor".
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