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Oposição vê brecha e convoca Dilma no Senado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A oposição conseguiu abrir
uma brecha na blindagem da
ministra Dilma Rousseff. Ela
foi convocada pela Comissão de
Infra-Estrutura do Senado e
deverá ser constrangida a falar
sobre o dossiê do governo do
ex-presidente FHC.
De acordo com reportagem
da Folha do dia 28, o dossiê foi
produzido a mando de Erenice
Guerra, secretária-executiva
da Casa Civil. Sem conseguir
chamá-la para depor na CPI do
Cartões, PSDB e DEM fizeram
uma manobra para obrigar Dilma a prestar esclarecimentos
sobre o projeto da hidrelétrica
de Belomonte e sobre o PAC. A
votação do requerimento ocorreu sem a presença de integrantes da base governista. A
ministra tem até 30 dias para
marcar a data, caso contrário
incorrerá em crime de responsabilidade.
Horas depois, em evento do
PAC em Porto Alegre, Lula atacou a oposição. Usou sua atuação no Congresso como demonstração de que "tem gente
no país que não quer que os pobres evoluam". "Vocês vejam lá
no Congresso. Tem gente que
levanta azeda, querendo que as
coisas não dêem certo."
O requerimento sobre a hidrelétrica já havia sido aprovado em 2007, mas até então Dilma não havia sido notificada.
Presidente da comissão e integrante da CPI, Marconi Perillo
(PSDB) disse que ela poderá
ser questionada sobre o dossiê.
Ela, porém, poderá se negar a
responder. O líder do governo,
Romero Jucá (PMDB), ameaçou questionar a medida, já que
Perillo havia incluído um aditivo para que a ministra fosse
obrigada a falar dos cartões.
Jucá argumentou que a comissão não tem atribuição para
discutir o assunto.
Para não correr risco, Perillo
retirou o aditivo. Jucá ameaçou
questionar a reunião da comissão, mas depois disse que não
deve tomar medida nenhuma.
"Desrespeito"
O ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, afirmou ontem não aceitar "nem a suspeição" que a
convocação de Dilma tenha sido uma estratégia da oposição
para questioná-la a respeito do
dossiê do governo FHC.
"Seria um desrespeito ao
conceito de Senado. Um senador não faria isso com uma ministra da República, não montaria um ardil desse tipo. Esse
convite já estava há muito tempo para ser feito. Nós entendemos que o convite é para que
ela dê esclarecimentos sobre o
PAC", disse o ministro ontem à
noite em Niterói (cidade a 15
km do Rio), onde participou da
abertura de evento da Frente
Nacional de Prefeitos.
(AC e AM)
Colaboraram CATIA SEABRA , enviada especial
a Porto Alegre, e SERGIO TORRES , da Sucursal
do Rio
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