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Desafeta de De Sanctis assume corregedoria
Desembargadora Suzana Camargo foi eleita para posto da Justiça Federal da 3ª Região, onde tramitam procedimentos contra o juiz
Após o juiz soltar Dantas pela 2ª vez, na Satiagraha, ela ligou para Mendes e avisou que o gabinete dele estava sendo monitorado
FREDERICO VASCONCELOS
FLÁVIO FERREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A desembargadora Suzana
Camargo, que se envolveu em
uma polêmica com o juiz federal Fausto De Sanctis, foi eleita
anteontem corregedora da Justiça Federal da 3ª Região.
Suzana vai assumir a corregedoria na qual já tramitam
dois procedimentos em relação
a De Sanctis, por suposto desrespeito a decisões do STF (Supremo Tribunal Federal).
Em julho de 2008, De Sanctis
determinou duas vezes a prisão
do banqueiro Daniel Dantas,
dono do Opportunity. Após a
segunda decisão, Suzana conversou com o juiz. Em seguida,
a desembargadora ligou para o
presidente do Supremo, Gilmar Mendes, e avisou que o gabinete dele estava sendo monitorado, segundo afirmou o próprio Mendes.
Após o episódio, De Sanctis
levou ao Ministério Público
uma queixa em que acusa Suzana de ter ofendido sua honra.
A eleição da nova corregedora, a curto prazo, não deverá ter
repercussão em relação aos
procedimentos contra o juiz.
Suzana só assumirá a corregedoria em maio e o julgamento sobre o pedido de abertura
dos processos disciplinares
contra De Sanctis deverá ocorrer no dia 15 de abril.
Após tomar posse, a desembargadora poderá se declarar
impedida de atuar nos casos
que envolvem o juiz De Sanctis,
em virtude da relação conflituosa com o juiz. Indagada sobre tal possibilidade, Suzana
disse que não pode antecipar
sua posição e só vai se manifestar sobre o tema nos autos.
Porém, se depender da desembargadora, ela não vai ficar
no cargo por muito tempo.
Suzana quer, na verdade, a
presidência do TRF (Tribunal
Regional Federal) da 3ª Região,
posto que perdeu para o desembargador Paulo Octávio
Baptista Pereira, após eleição
realizada anteontem.
Suzana vai contestar no Supremo os critérios do pleito,
que teve um placar de 21 votos
de desembargadores para Baptista Pereira e 17 para ela.
Baptista Pereira é ligado a
Marli Ferreira, a atual presidente do tribunal. Suzana, que
lidera o grupo de oposição, alegará que seu oponente não poderia concorrer por haver exercido por quatro anos cargos de
direção no TRF-3.
Antes da votação, Suzana leu
longa impugnação, sustentando que a eleição representava
"outra patente afronta à autoridade das decisões do STF".
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