São Paulo, sábado, 4 de abril de 1998

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Painel


Aviso prévio

Para minimizar as críticas com o resultado da reforma ministerial, cuja lógica foi acomodar os interesses da reeleição de FHC, o Planalto espalhava ontem que os nomes mais criticados não terão assento no eventual 2º mandato.


Fritura bem escolhida

Quando pediu mais um ministério, o PPB não falou especificamente na Agricultura. Foi o Planalto que decidiu dar a pasta ao partido. Clóvis Carvalho costuma dizer que Arlindo Porto (PTB) é um ministro medíocre.


Mapa da mina
Na surdina, assessores de FHC estão discutindo com alguns governadores aliados do Planalto a antecipação do dinheiro que eles teriam a receber por conta da Lei Kandir. Só Mato Grosso alega que perderá R$ 80 mi neste ano.

Pegou mal

Advogados paulistas acusam o presidente da Câmara, Michel Temer, de omissão na ida de Renan Calheiros para a pasta da Justiça. Como tem formação jurídica e é cacique do PMDB, acham que deveria ter vetado.


Pito de ocasião

Quando José Gregori queria uma Secretaria de Direitos Humanos subordinada ao Planalto, ouviu um sermão de Clóvis Carvalho a respeito da irracionalidade administrativa da idéia. O que pensa o ministro da pasta da Reforma Institucional?


Cenário alternativo

FHC disse a auxiliares que gostaria de nomear uma mulher sem vinculação partidária para o Ministério do Trabalho.


Maldade da oposição

A troca ministerial foi batizada no Congresso de "Reforma 1º de Abril": as nomeações só poderiam ser uma grande mentira.


Sinal baiano

Na crise da reforma ministerial, foi o vice-líder do governo Ronaldo Cézar Coelho, e não o líder, Luís Eduardo, quem encaminhou quase todas as votações da reforma da Previdência.


Casca de banana

Com uma mãozinha de Sarney Filho (PFL-MA), a oposição aprovou requerimento na Comissão de Fiscalização da Câmara pedindo ao TCU que faça auditoria nas liberações de verbas da União durante a campanha.


Mui amigo
Definido Calheiros para a Justiça, o ex-ministro Iris Rezende já pedia, como compensação, a Secretaria de Políticas Regionais para o irmão Otoniel.


Medo de pizza

Representantes de ONGs internacionais da área de direitos humanos chegam ao Brasil para o júri, marcado para o dia 15, de dez dos acusados pela chacina de Vigário Geral no Rio, em 93. Há pouca esperança de punição.


Ginástica jurídica

O PL vai recorrer ao STF para permitir que Itamar se filie ao partido e dispute a Presidência. Alega que, como o PMDB negou a candidatura ao ex-presidente, ele pode se filiar a outra sigla.


Lógica eleitoral
O PPB não gostou de Maluf ter defendido o aumento da mistura de álcool à gasolina. Pode atrapalhar. Como já está tudo acertado com FHC, e a medida beneficia os usineiros paulistas, Covas pode vetá-la para não parecer que Maluf é o pai da idéia.


Moral baixo
A Nasa quer completar, no Brasil, a análise do um trilhão de fotos da Amazônia de que dispõe, em convênio com uma fundação. Mesmo não gostando, os militares, em baixa após o fiasco de Roraima, darão sinal verde.


Falta de critério

Covas ficou contrariado com FHC quando soube que SP receberá os mesmos R$ 32 mi que o DF para programas de requalificação profissional de desempregados. Walter Barelli, que deixou a secretaria paulista do Emprego, pediu mais verba federal.


Mostrar serviço

Fez sucesso um telegrama de Augusto Marzagão, ex-assessor de Jânio, Sarney e Itamar, cumprimentando Serra pela ida para a Saúde: "Ataque rapidamente o dengue. Caso contrário, o país ficará mais dengoso que você".

TIROTEIO

De José Maranhão (PMDB), governador da Paraíba, sobre o senador Ronaldo Cunha Lima, que controla a seção regional do partido, romper um acordo feito no ano passado e se lançar candidato à sua sucessão:
- A Paraíba foi traída. Se a luta fosse nas urnas, o Ronaldo não teria coragem de romper comigo. E o PMDB não pode aceitar tiro pelas costas.

CONTRAPONTO
Autoridade subordinada Os bancos brasileiros fizeram o seu 15º e último congresso nacional em 1984, em Salvador.
No dia da abertura, estavam reunidos os donos das maiores instituições financeiras do Brasil, além de várias autoridades federais, como o então ministro da Fazenda, Ernane Galvêas.
A banda da Polícia Militar estava pronta para o começo da cerimônia, só esperando a chegada do então governador, João Durval.
Estranhando o atraso, o superintendente de relações externas da Febraban, Ney Figueiredo, perguntou a Angelo Calmon de Sá, presidente da comissão organizadora do evento:
- O que está acontecendo?
Calmon, dono à época do Econômico, disse que ia verificar e ligou para o gabinete de Durval.
Depois, voltou-se para Figueiredo e disse:
- O governador não vem. Você esqueceu de convidar o Antonio Carlos Magalhães. E, se ele não vier, não vem ninguém.



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