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REFORMA MINISTERIAL
Ministro se reuniria com FHC para comunicar decisão
PTB joga nas mãos de Porto sua ida para o Trabalho
da Sucursal de Brasília
A cúpula do
PTB estava reunida no início
da noite de ontem para decidir
o futuro do ministro Arlindo
Porto (Agricultura) no governo Fernando Henrique Cardoso. Embora setores do
partido resistissem à troca, a tendência era que Porto aceitasse o
Ministério do Trabalho.
Depois da reunião, Porto se reuniria com o presidente Fernando
Henrique Cardoso para dar a resposta final. "O PTB decidiu que o
Arlindo é juiz e árbitro da decisão.
O partido não faz questão de cargos", afirmou o líder na Câmara,
Paulo Heslander (MG), antes da
reunião de cúpula.
A decisão do PTB vai encerrar a
reforma ministerial do governo
FHC, que se iniciou com a nomeação do tucano José Serra para o
Ministério da Saúde. Ainda não
foram definidos os ministros do
Trabalho e da Agricultura.
Confirmada a ida de Porto para
o Trabalho, o Ministério da Agricultura será ocupado pelo pepebista Francisco Turra, ex-presidente da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Dessa
forma, o PPB do ex-prefeito Paulo
Maluf (SP) amplia sua participação no governo.
Porto interrompeu viagem à
Austrália para responder ao convite de FHC. Ele chegou a Brasília
por volta de 16h, num avião da
FAB (Força Aérea Brasileira).
O ministro se reuniu com Heslander e com o presidente do partido, senador Andrade Vieira
(PR). Os dois adiaram visitas às
bases para aguardar o ministro.
Heslander foi informado da chegada de Porto a Brasília quando se
preparava para seguir para Minas
Gerais por volta de 17h.
Desemprego
Até o início da noite de ontem,
setores do PTB resistiam à troca
do Ministério da Agricultura pelo
do Trabalho. A avaliação dos petebistas era que o Trabalho pode trazer prejuízos eleitorais ao partido.
O 1º de maio, Dia do Trabalho,
se aproxima, não há perspectivas
de aumento substancial no valor
do salário mínimo, e o índice de
desemprego está aumentando.
Para os petebistas, isso seria cobrado do partido, que ocupa o Ministério do Trabalho (com Paulo
Paiva, transferido para o Planejamento) desde o início do governo.
O petebistas também criticam a
forma como FHC conduziu a provável troca de ministério. Se Porto
aceitar o Trabalho, o PTB ficará
com duas pastas, mas os líderes do
partido consideram o Planejamento como cota de Minas Gerais.
"O presidente negociou com o
PTB virtual, do ministro Paulo
Paiva e do governador Hélio Garcia (ex-governador de Minas Gerais). O PTB real, que está aqui no
Congresso, não foi consultado",
afirmou Heslander.
Segundo Heslander, ele só ficou
sabendo da troca de ministério
porque perguntou ao presidente
na sexta-feira da semana passada.
(LUIZA DAMÉ)
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