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Turra quer safra de 100 mi de toneladas
da Agência Folha, em Porto Alegre
O virtual novo ministro da Agricultura, Francisco Turra (PPB),
55, disse ontem que aguardava
com "ansiedade" a confirmação
oficial do seu nome para ocupar o
cargo. "Estou a postos", disse, em
Marau (RS), sua cidade.
Confiante na sua escolha pelo
presidente Fernando Henrique
Cardoso, o ex-presidente da Conab (Companhia Nacional de
Abastecimento), de março de 1996
até o mês passado, não se conteve
e falou sobre planos.
Turra, que é advogado, afirmou
ser possível o país elevar, até o ano
2000, a safra de grãos para 100 milhões de toneladas (atualmente, a
safra agrícola é de 82 milhões de
toneladas). "É imperioso aumentar a produção e a produtividade",
disse o pepebista.
Política de crédito
Ele disse que a meta, para ser alcançada, depende da implantação
de uma política de crédito aos produtores que obedeça a um calendário rígido. "Não pode haver nada aleatório."
Elogiou o zoneamento agrícola,
porque "não dá para plantar trigo
onde só é possível plantar algodão, e vice-versa".
Turra também defendeu mais
agressividade na comercialização.
"O Brasil é pouco agressivo em relação a outros mercados. Somos
até importadores. Temos de sair
dessa dependência."
O ex-presidente da Conab acredita ser possível reverter a situação. "Não podemos ficar contentes sabendo que importamos milho, arroz e trigo, além de outros
produtos", afirmou.
Pesquisa
Ele disse que o Brasil deve procurar não apenas exportar grãos,
mas também produtos beneficiados, de maior valor agregado.
Turra pregou a valorização da
pesquisa e o estabelecimento de
parceria com as universidades e a
iniciativa privada.
"A competitividade da agricultura requer adequação de políticas
públicas", afirmou.
Embora o problema não seja
atrelado ao seu ministério, ele disse que o caminho para a solução
da reforma agrária é a municipalização.
O virtual novo ministro disse
que seu nome foi levado ao presidente por Paulo Maluf. O governador do Estado, Antônio Britto
(PMDB), concordou, segundo
Turra.
Conab
Turra integrou a diretoria do
Banrisul (banco estatal gaúcho)
no início da administração de
Britto. Ele afirmou que, quando
assumiu a Conab, a companhia tinha prejuízo e nem apresentava
balanço. No ano passado, segundo ele, a Conab teve lucro de R$
100 milhões.
(CARLOS ALBERTO DE SOUZA)
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