São Paulo, sábado, 4 de abril de 1998

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PRIVATIZAÇÃO
Aumento das tarifas da Eletropaulo e da Cesp, previsto para este mês, são suspensos por ordem da Aneel
Energia não será reajustada por mais 1 ano

CLÁUDIA TREVISAN
da Reportagem Local

Os consumidores de energia da Eletropaulo e da Cesp ficarão pelo menos mais um ano sem reajuste da tarifa de energia pela inflação.
O aumento que deveria ocorrer neste mês foi suspenso por determinação da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
O último reajuste ocorreu em abril do ano passado. O próximo só vai ocorrer 12 meses depois da privatização das empresas. A da Eletropaulo será no dia 15 de abril. A data de privatização da área de distribuição de energia da Cesp ainda está indefinida.
Já os clientes da CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) terão reajuste de tarifa neste mês. O índice ainda não está definido.
Com certeza, será aplicado o IGP-M do último ano sobre cerca de metade da tarifa. Os consumidores residenciais da CPFL pagam R$ 114,8 por cada MWh. Com o reajuste, o valor deverá ir para, no mínimo, R$ 118, já que a inflação de março a março foi de 5,61%.
A CPFL atua nas regiões central, norte e nordeste do Estado. Entre as cidades de sua área de concessão estão Campinas, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto.
A outra parcela da tarifa também poderá aumentar se houver elevação do preço da energia comprada pela CPFL para distribuição aos consumidores finais. Esse reajuste ainda não está definido.
Se ele ocorrer, haverá mudança também nas tarifas da Cesp e da Eletropaulo, que continuarão, porém, sem reajuste pela inflação.
A Eletropaulo tem 6,3 milhões de consumidores localizados na capital, região metropolitana, Baixada Santista, médio oeste do Estado e Alto do Tietê. A tarifa residencial da empresa é de R$ 116,78 por MWh de consumo.
A área de distribuição da Cesp abrange basicamente o noroeste e o sul do Estado. Com 1,5 milhão de consumidores, a empresa tem uma tarifa residencial de R$ 122,33 por MWh.
As tarifas de energia tiveram reajustes substanciais desde 94, o que permitiu a ampliação da margem de lucro das empresas de energia.
Em 93, a diferença entre o que a CPFL pagava pela energia e o que ela cobrava do consumidor era de R$ 12,90, em média. Com a recomposição tarifária, essa margem passou para R$ 47,70 em 97.
A Folha apurou que uma das consequência da falta de reajuste das tarifas pela inflação deverá ser uma pequena queda do ágio que os interessados na privatização da Cesp e da Eletropaulo estarão dispostos a pagar. Isso porque a tarifa menor significa lucros menores.



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