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A aliados, Lula proporá pacto eleitoral
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do PT, José Genoino, afirmou ontem que a reunião
do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva com os demais presidentes
de partidos aliados nesta quinta-feira buscará "selar um pacto de
convivência" nas eleições municipais de outubro.
"Esse [pacto de convivência] será um tema da reunião, numa
conversa mais geral sobre as eleições. As alianças específicas, porém, serão tratadas em reuniões
bilaterais entre os presidentes de
partido", disse Genoino.
O cumprimento de uma promessa de campanha (criar um
conselho político com os presidentes de partido) e reunir apoio
para aprovar a medida provisória
que fixa o novo salário mínimo
em R$ 260 estão entre os principais motivos da reunião.
Segundo o presidente do PT,
participarão presidentes "de todos os partidos que apóiam o governo e que têm representação no
Congresso" -PT, PMDB, PSB,
PPS, PTB, PP, bloco PL-PSL, PC
do B e PV. O PMN não tem representante nas Casas.
Genoino disse que "a defesa do
governo federal" nas eleições será
parte fundamental da reunião. O
governo federal e o PT avaliam
que PFL e PSDB, os dois principais partidos de oposição, já ensaiam discurso eleitoral duro. Por
isso, Lula quer dar argumentos
para a defesa de sua gestão.
Nesse contexto, um motivo
imediato do encontro é unir forças em torno da aprovação de um
novo salário mínimo de R$ 260,
que teve aumento real de só 1,2%
em relação ao anterior (R$ 240).
Lula já desencadeou articulação
para evitar que a oposição ganhe
apoio de setores da base do governo no Congresso para, eventualmente, mudar o valor do mínimo.
Na avaliação do presidente, outro ponto importante é dizer que
o governo prepara uma série de
medidas para tentar gerar empregos de modo emergencial.
Essas medidas são parte de um
pacote que Lula pensou em anunciar por ocasião do 1º de Maio,
mas desistiu para não parecer que
queria abafar a repercussão negativa do mínimo. Lula quer apresentar argumentos para que os
aliados "vendam" iniciativas positivas do governo nas eleições.
Falará de seus planos para tentar
minimizar o desemprego, tema
caro em ano eleitoral.
O conselho político com presidentes de partidos é uma promessa que vem sendo adiada desde o
início do governo. Em 2003, não
foi concretizado por conta das escaramuças com Leonel Brizola,
presidente do PDT. A sigla chegou a ter ministro, mas rompeu
com Lula. Depois, a "desculpa"
passou a ser a espera pela entrada
do PMDB no governo, o que só
ocorreu em janeiro, quando o
partido ganhou dois ministérios.
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