São Paulo, terça-feira, 04 de maio de 2004

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A aliados, Lula proporá pacto eleitoral

KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do PT, José Genoino, afirmou ontem que a reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os demais presidentes de partidos aliados nesta quinta-feira buscará "selar um pacto de convivência" nas eleições municipais de outubro.
"Esse [pacto de convivência] será um tema da reunião, numa conversa mais geral sobre as eleições. As alianças específicas, porém, serão tratadas em reuniões bilaterais entre os presidentes de partido", disse Genoino.
O cumprimento de uma promessa de campanha (criar um conselho político com os presidentes de partido) e reunir apoio para aprovar a medida provisória que fixa o novo salário mínimo em R$ 260 estão entre os principais motivos da reunião.
Segundo o presidente do PT, participarão presidentes "de todos os partidos que apóiam o governo e que têm representação no Congresso" -PT, PMDB, PSB, PPS, PTB, PP, bloco PL-PSL, PC do B e PV. O PMN não tem representante nas Casas.
Genoino disse que "a defesa do governo federal" nas eleições será parte fundamental da reunião. O governo federal e o PT avaliam que PFL e PSDB, os dois principais partidos de oposição, já ensaiam discurso eleitoral duro. Por isso, Lula quer dar argumentos para a defesa de sua gestão.
Nesse contexto, um motivo imediato do encontro é unir forças em torno da aprovação de um novo salário mínimo de R$ 260, que teve aumento real de só 1,2% em relação ao anterior (R$ 240). Lula já desencadeou articulação para evitar que a oposição ganhe apoio de setores da base do governo no Congresso para, eventualmente, mudar o valor do mínimo.
Na avaliação do presidente, outro ponto importante é dizer que o governo prepara uma série de medidas para tentar gerar empregos de modo emergencial.
Essas medidas são parte de um pacote que Lula pensou em anunciar por ocasião do 1º de Maio, mas desistiu para não parecer que queria abafar a repercussão negativa do mínimo. Lula quer apresentar argumentos para que os aliados "vendam" iniciativas positivas do governo nas eleições. Falará de seus planos para tentar minimizar o desemprego, tema caro em ano eleitoral.
O conselho político com presidentes de partidos é uma promessa que vem sendo adiada desde o início do governo. Em 2003, não foi concretizado por conta das escaramuças com Leonel Brizola, presidente do PDT. A sigla chegou a ter ministro, mas rompeu com Lula. Depois, a "desculpa" passou a ser a espera pela entrada do PMDB no governo, o que só ocorreu em janeiro, quando o partido ganhou dois ministérios.


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