GABRIELA ATHIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A equipe responsável pela agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá verificar com mais rigor, a partir de agora, os detalhes dos eventos para os quais ele é convidado, especialmente quando for fora de Brasília.
A orientação também é válida para todos os ministérios.
A decisão de ampliar os cuidados com a agenda de Lula foi tomada após uma série de eventos que causaram embaraço ao presidente na última semana.
Na sexta passada, Lula participou de uma cerimônia em Ribeirão Preto (SP) para marcar a adesão do município ao Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), um programa do Ministério da Saúde. O presidente acabou passando por constrangimento. Entregou cinco ambulâncias supostamente novas para o programa. Na verdade, os carros foram "maquiados" pois estavam em uso há pelo menos sete anos.
No mesmo dia, Lula iria inaugurar a pedra fundamental do Centro de Educação Tecnológica em Saúde Pública, na zona leste de São Paulo. A participação foi cancelada por dois motivos, segundo a Folha apurou: falta de público e a constatação de que não ficaria bem para o governo -acusado de paralisia pela oposição- inaugurar o início de uma obra.
Esses dois episódios acenderam a "luz vermelha" na equipe responsável pela agenda de Lula, segundo informaram ontem assessores do Planalto. O entendimento é que será preciso fazer com que todos os convites passem por todas as etapas de verificação.
Ou seja: não adianta um ministro insistir para que Lula compareça a um evento sem ter enviado roteiro e explicações detalhadas à equipe do gabinete pessoal, como é a regra. No caso de Ribeirão Preto, segundo a Folha apurou, o evento foi "encaixado" na agenda.
Ontem, a assessoria de Lula afirmou que ele foi para Ribeirão "participar da adesão do município ao programa, e que o presidente não tinha conhecimento da entrega de ambulâncias". Já assessores do Ministério da Saúde afirmaram que o evento não foi planejado com antecedência.


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