São Paulo, terça-feira, 04 de maio de 2004

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CAMPO MINADO

Líder do MST teria estimulado confrontos

Ministério Público de RS denuncia Stedile por fazer incitação a crime

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) João Pedro Stedile foi denunciado ontem pelo Ministério Público gaúcho por incitação ao crime. O motivo é uma palestra feita por Stedile em Canguçu (RS), em julho do ano passado.
À época, o líder do movimento declarou: "Essa é a disputa que há na sociedade: 23 milhões contra 27 mil. Dá mil trabalhadores rurais contra um (...) Será que mil conseguem perder para um? (...) Então, o que está faltando para nós? Está faltando juntar os mil para cada mil pegar um".
A denúncia foi oficializada pelo Ministério Público porque Stedile não compareceu à audiência marcada para a semana passada no Fórum de Canguçu. Há ainda a possibilidade de suspensão condicional do processo, caso Stedile aceite se apresentar uma vez por mês ao Judiciário durante dois anos, não deixar São Paulo (sua residência) por mais de sete dias e pagar multa de R$ 1.650.
A Agência Folha não conseguiu contato com o líder do MST para comentar o caso.

Invasões
Já em Marabá Paulista, Pontal do Paranapanema, em SP, cerca de 300 integrantes do MST invadiram ontem a fazenda Nazaré. A propriedade já havia sido invadida pelo movimento no dia 16 e desocupada no dia 23, por determinação da Justiça. A terra é das filhas do prefeito de Presidente Prudente, Agripino Lima (PTB), que não quis dar entrevista.
Foi a sexta invasão promovida por grupos de sem-terra no Pontal desde sexta-feira, quando o MST entrou em outra fazenda que havia desocupado uma semana antes, a Tupiconã, em Presidente Epitácio. No sábado, o Mast (Movimento dos Agricultores Sem Terra), uma dissidência do MST, invadiu duas fazendas em Caiuá e uma em Presidente Bernardes. No domingo, o MST ocupou a fazenda São Camilo, em Presidente Venceslau.
Na Bahia, sem-terra promoveram duas invasões no final de semana -em São Sebastião do Passé e em Camaçari. O Incra ainda não fez vistorias nas áreas.


Colaborou a Agência Folha em Presidente Prudente e em Salvador

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