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CAMPO MINADO
Líder do MST teria estimulado confrontos
Ministério Público de RS denuncia Stedile por fazer incitação a crime
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O líder do MST (Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra) João Pedro Stedile foi denunciado ontem pelo Ministério
Público gaúcho por incitação ao
crime. O motivo é uma palestra
feita por Stedile em Canguçu
(RS), em julho do ano passado.
À época, o líder do movimento
declarou: "Essa é a disputa que há
na sociedade: 23 milhões contra
27 mil. Dá mil trabalhadores rurais contra um (...) Será que mil
conseguem perder para um? (...)
Então, o que está faltando para
nós? Está faltando juntar os mil
para cada mil pegar um".
A denúncia foi oficializada pelo
Ministério Público porque Stedile
não compareceu à audiência marcada para a semana passada no
Fórum de Canguçu. Há ainda a
possibilidade de suspensão condicional do processo, caso Stedile
aceite se apresentar uma vez por
mês ao Judiciário durante dois
anos, não deixar São Paulo (sua
residência) por mais de sete dias e
pagar multa de R$ 1.650.
A Agência Folha não conseguiu
contato com o líder do MST para
comentar o caso.
Invasões
Já em Marabá Paulista, Pontal
do Paranapanema, em SP, cerca
de 300 integrantes do MST invadiram ontem a fazenda Nazaré. A
propriedade já havia sido invadida pelo movimento no dia 16 e desocupada no dia 23, por determinação da Justiça. A terra é das filhas do prefeito de Presidente
Prudente, Agripino Lima (PTB),
que não quis dar entrevista.
Foi a sexta invasão promovida
por grupos de sem-terra no Pontal desde sexta-feira, quando o
MST entrou em outra fazenda
que havia desocupado uma semana antes, a Tupiconã, em Presidente Epitácio. No sábado, o Mast
(Movimento dos Agricultores
Sem Terra), uma dissidência do
MST, invadiu duas fazendas em
Caiuá e uma em Presidente Bernardes. No domingo, o MST ocupou a fazenda São Camilo, em
Presidente Venceslau.
Na Bahia, sem-terra promoveram duas invasões no final de semana -em São Sebastião do Passé e em Camaçari. O Incra ainda
não fez vistorias nas áreas.
Colaborou a Agência Folha em Presidente Prudente e em Salvador
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