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POLÍTICA ENERGÉTICA
Para ministro, ainda não há posição sobre protocolo nuclear
Inspeção ampla será avaliada em 2005
CHICO SANTOS
ENVIADO ESPECIAL A RESENDE (RJ)
O ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, disse ontem que "não há posição firmada
do governo brasileiro" sobre assinar ou não o protocolo adicional
ao acordo internacional de não-proliferação de armas nucleares.
O protocolo permite que a
AIEA (Agência Internacional de
Energia Atômica) examine sem
restrições e sem aviso prévio todas as instalações e equipamentos
de geração de combustível e energia nuclear dos países signatários.
Embora frisando que a questão
do protocolo adicional é de competência do Ministério das Relações Exteriores, Campos disse
que o governo considera que, por
ora, o tema "não está em pauta".
Segundo ele, o momento certo
para uma tomada de decisão será
em junho de 2005, quando acontecerá a 6ª Conferência de Revisão
do Tratado de Não-Proliferação.
A imprensa internacional destacou em abril que o Brasil estaria se
recusando a exibir para a AIEA as
futuras instalações de enriquecer
urânio. O governo repudiou isso e
considerou como pressão para a
adesão ao protocolo adicional.
O país desenvolveu tecnologia
própria para enriquecer urânio e
passará a produzir a versão enriquecida para uso em usinas atômicas na fábrica da INB (Indústrias Nucleares do Brasil), em Resende (RJ). O cronograma de
inauguração está atrasado por falta de recursos. A atual previsão de
iniciar a produção é para outubro.
As declarações de Campos foram feitas na fábrica da INB, em
cerimônia que marcou a produção no país do milésimo elemento
combustível (bateria de varetas de
aço contendo urânio enriquecido
que alimentam os reatores das
usinas nucleares). O urânio usado
hoje é enriquecido no exterior.
O ministro disse ainda esperar
que o governo retome a construção da usina de Angra 3, no Rio, e
o programa nuclear mais amplamente, com unidades no Nordeste, como prevê o projeto original.
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