São Paulo, terça-feira, 04 de maio de 2004

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POLÍTICA ENERGÉTICA

Para ministro, ainda não há posição sobre protocolo nuclear

Inspeção ampla será avaliada em 2005

CHICO SANTOS
ENVIADO ESPECIAL A RESENDE (RJ)

O ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, disse ontem que "não há posição firmada do governo brasileiro" sobre assinar ou não o protocolo adicional ao acordo internacional de não-proliferação de armas nucleares.
O protocolo permite que a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) examine sem restrições e sem aviso prévio todas as instalações e equipamentos de geração de combustível e energia nuclear dos países signatários.
Embora frisando que a questão do protocolo adicional é de competência do Ministério das Relações Exteriores, Campos disse que o governo considera que, por ora, o tema "não está em pauta".
Segundo ele, o momento certo para uma tomada de decisão será em junho de 2005, quando acontecerá a 6ª Conferência de Revisão do Tratado de Não-Proliferação.
A imprensa internacional destacou em abril que o Brasil estaria se recusando a exibir para a AIEA as futuras instalações de enriquecer urânio. O governo repudiou isso e considerou como pressão para a adesão ao protocolo adicional.
O país desenvolveu tecnologia própria para enriquecer urânio e passará a produzir a versão enriquecida para uso em usinas atômicas na fábrica da INB (Indústrias Nucleares do Brasil), em Resende (RJ). O cronograma de inauguração está atrasado por falta de recursos. A atual previsão de iniciar a produção é para outubro.
As declarações de Campos foram feitas na fábrica da INB, em cerimônia que marcou a produção no país do milésimo elemento combustível (bateria de varetas de aço contendo urânio enriquecido que alimentam os reatores das usinas nucleares). O urânio usado hoje é enriquecido no exterior.
O ministro disse ainda esperar que o governo retome a construção da usina de Angra 3, no Rio, e o programa nuclear mais amplamente, com unidades no Nordeste, como prevê o projeto original.


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