São Paulo, sexta-feira, 04 de maio de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

É primavera

Em dia de temperatura amena, José Serra e Geraldo Alckmin almoçaram ontem em Boston, onde o segundo passa temporada de estudos. Com eles estava José Henrique Lobo, caso raro de tucano que se dá bem tanto com o governador de São Paulo como com seu antecessor, candidato derrotado por Lula em 2006. O programa, que durou mais de três horas, incluiu ainda visita a uma livraria, pausa para café e até fotos.
Enquanto isso, no Brasil, "demos" otimistas diziam que Serra usaria a visita para sinalizar sua opção por Gilberto Kassab em 2008. Para tucanos, porém, os ex-pefelistas estão sonhando, e o encontro marcaria o início de um armistício necessário diante da inevitabilidade da candidatura de Alckmin a prefeito.

No comando. Em reunião com os peemedebistas da CPI do Apagão Aéreo, o líder do partido na Câmara, Henrique Alves (RN), deixou bastante claro: o grupo foi escolhido para ser leal ao partido e não ao governo Lula durante as investigações. O Planalto, portanto, dependerá um tanto do humor da sigla aliada.

Outros carnavais. Alguns aliados torceram o nariz para a inclusão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na relação de integrantes da CPI. "Isso ainda vai dar problema", comentou Miro Teixeira (PDT) ontem, durante reunião da comissão, ao ser informado de que o colega de Estado e ex-aliado de Anthony Garotinho assumiria a vice-presidência.

Pêndulo. Na ala governista, deputados do bloquinho da Câmara -união de PDT, PC do B e PSB-, com três vagas na CPI, já se auto-intitulam "fiéis da balança" na composição interna de forças. Isso porque o Planalto conta com 15 aliados na comissão contra nove opositores, incluindo Fernando Gabeira (PV-RJ).

Dura realidade. O PSDB tem menos ilusões do que o DEM sobre as chances de a CPI causar algum estrago no governo. Um dos tucanos da comissão diz que, se quiser aprovar requerimentos, a oposição terá de negociar com o presidente e o relator. Caso contrário, o rolo compressor derrubará em bloco todas as iniciativas dos adversários.

Vai que é tua. Ao constatar a profusão de novatos e de integrantes do baixo clero na lista de deputados da CPI, uma estrela das concorridas comissões do primeiro mandato de Lula concluiu: ninguém aposta um níquel no sucesso da empreitada. É por isso que figurões preferiram se poupar do fiasco anunciado.

Anatomia. Ciro Gomes (PSB-CE) elogiou o comando do PAC, em seminário na sexta-feira passada, mas criticou a gestão na ponta. "Abaixo do pescoço a tragédia é ampla, geral e irrestrita", afirmou.

Puxadinho. Pedro Brito, da Secretaria dos Portos, pretende montar seu gabinete fora da abarrotada Esplanada dos Ministérios, em um edifício próximo à sede da OAB de Brasília. O titular da pasta acha que, dessa maneira, terá mais espaço para trabalhar.

On-line. O Palácio dos Bandeirantes enviou circular determinando que todos os integrantes do primeiro e do segundo escalões do governo paulista tenham -ou adquiram- conhecimentos básicos de informática. A iniciativa se deve ao fato de José Serra usar o e-mail para distribuir tarefas a seus auxiliares.

Batendo bumbo. O DEM vai usar seu programa nacional de rádio e TV, no dia 24, para louvar as gestões de Gilberto Kassab (SP), Cesar Maia (RJ) e José Roberto Arruda (DF). A âncora será a musa do partido, Valéria Franco, ex-vice-governadora do Pará.

Licença prévia. Orestes Quércia fez aprovar uma resolução no PMDB paulista segundo a qual as alianças do partido nos municípios no ano que vem têm de passar pelo crivo do diretório estadual -ou seja, por ele próprio.

Tiroteio

"Se até para fazer balanço o governo atrasa, imagina o tempo que vai levar para que o PAC comece a sair do papel". Do deputado DUARTE NOGUEIRA (PSDB-SP) sobre o adiamento do primeiro balanço do Programa de Aceleração do Crescimento.

Contraponto

Mascote

No lançamento do selo comemorativo dos cem anos de escotismo no país, parlamentares foram homenageados pela União dos Escoteiros do Brasil. Presidente da entidade, Paulo Salamuni presenteou o senador petista Flávio Arns e o deputado tucano Gustavo Fruet, ambos do Paraná, com guarás de pelúcia. Pouco depois juntou-se ao grupo o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN).
Encerrado o evento, Fruet discutia com Salamuni onde guardar seu bicho de pelúcia quando Arns se aproximou.
-O que fará com o seu, Flávio?-, perguntou o tucano.
-Pelo jeito, nada. O Garibaldi levou meu guará embora!


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