|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ibama diz que tem dúvidas sobre usinas em RO
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Na véspera da assembléia
que votará a proposta de greve
no Ibama (Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), seu
novo presidente interino, Bazileu Alves, disse que a equipe
aguarda novos esclarecimentos
para se manifestar sobre o licenciamento ambiental das
usinas hidrelétricas do rio Madeira, em Rondônia.
"Assim que a equipe elucidar
as dúvidas e tiver segurança, vai
se manifestar", afirmou Alves.
O Ibama enviou ontem uma lista de pendências ao consórcio
Furnas e Odebrecht, responsável pelos estudos de impacto
ambiental das usinas de Santo
Antonio e Jirau. Segundo Bazileu, não há prazo para uma palavra final do Ibama.
No final de março, o instituto
recusou a concessão de licença
ambiental prévia às usinas do
Madeira. Parecer técnico indicou dúvidas em relação à sobrevivência de peixes e ao acúmulo
de sedimentos no rio.
De acordo com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), as usinas de Santo Antonio e Jirau devem gerar, juntas, 6.450 MW de energia a partir de 2012. O atraso no cronograma original provocou pressões a Marina dentro do governo e, segundo o Ministério de
Minas e Energia, pode impor a
geração de energia mais poluente como forma de evitar
crise no abastecimento.
O presidente interino do Ibama adiantou que as informações encaminhadas na semana
passada pelo Ministério de Minas e Energia não foram consideradas suficientes para liberar
o empreendimento.
Chefe-de-gabinete da ministra Marina Silva (Meio Ambiente), Bazileu Alves foi nomeado ontem para o comando
do Ibama por um período de
transição de 90 dias. Esse é o
prazo estimado para a separação do recém-criado Instituto
Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade, que vau cuidar das unidades de conservação ambiental.
A divisão do Ibama é criticada por funcionários, que ameaçam entrar em greve hoje. Ontem, grupos de servidores fizeram protestos em Brasília e gritavam: "Fora Marina".
Em entrevista, a ministra
Marina Silva afirmou que está
aberta ao diálogo com os funcionários, mas disse que o governo não vai recuar na proposta de criação do Instituto Chico
Mendes. "Temos 60 milhões de
hectares de unidades de conservação. É uma área maior do
que a França. Não se pode cuidar de tudo isso com apenas
uma diretoria [do Ibama]", insistiu a ministra.
Marina indicou João Paulo
Capobianco, secretário-executivo do ministério, para comandar o Instituto Chico Mendes,
também em caráter interino.
Ao anunciar os nomes dos presidentes interinos do Ibama e
do Instituto Chico Mendes, a
ministra Marina Silva afirmou
ter carta branca de Lula para
montar equipe e defendeu o arranjo da transição: "Nada do
que está sendo feito aqui é improvisado", disse.
Texto Anterior: Opção a hidrelétrica é usina nuclear, diz Lula Próximo Texto: Procuradoria acusa Ibama de ser omisso em licenciamento em MS Índice
|