São Paulo, sexta-feira, 04 de maio de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Inquérito de sanguessuga segue inconcluso

Um ano após operação, PF está na fase final de depoimentos de 9 congressistas e espera terminar investigação no próximo mês

Um senador e 8 deputados são acusados de participar de esquema de venda de ambulância superfaturada por meio de emendas


LEONARDO SOUZA
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Polícia Federal espera concluir no mês que vem os inquéritos abertos para apurar o suposto envolvimento de nove parlamentares com a máfia dos sanguessugas, esquema de vendas de ambulâncias superfaturadas a prefeituras por meio de emendas ao Orçamento.
O senador Magno Malta (PR-ES) e os deputados federais Benedito de Lira (PP-AL), Eduardo Gomes (PSDB-GO), João Magalhães (PMDB-MG), Marcondes Gadelha (PSB-PB), Nélio Dias (PP-RN), Ribamar Alves (PSB-MA), Wellington Fagundes (PR-MT) e Wellington Roberto (PR-PB) são investigados sobretudo por formação de quadrilha e corrupção passiva, mas em alguns casos também por lavagem de dinheiro.
Hoje faz um ano que a PF deu início à Operação Sanguessuga, pela qual 33 ex-parlamentares já foram indiciados.
Os inquéritos envolvendo os nove congressistas em atividade -desdobramento da operação para cuidar dos casos em que os suspeitos contam com foro privilegiado, só podendo ser processados no STF- começaram a ser abertos em julho de 2006, e a PF está na fase final dos depoimentos. Apenas quando finalizar os inquéritos a PF decidirá se indiciará ou não os parlamentares.
Todos negam o envolvimento com a máfia. Com exceção do tucano Eduardo Gomes, todos os investigados são de partidos da base de sustentação do governo. Nélio Dias é o presidente nacional do PP.
Dias, Ribamar Alves, Benedito de Lira e Eduardo Gomes chegaram a ser citados pela CPI dos Sanguessugas, mas seus casos foram arquivados, segundo a comissão, "em virtude da inexistência de provas para recomendar a instauração de processo disciplinar".
Wellington Roberto (PR-PB), Wellington Fagundes (PR-MT), João Magalhães (PMDB-MG), Marcondes Gadelha (PSB-PB) e o senador Magno Malta (PR-ES) tiveram seus nomes encaminhados ao Conselho de Ética da Câmara e do Senado, para abertura de processo de cassação. Roberto, Fagundes, Gadelha e Malta foram absolvidos no órgão. João Magalhães não chegou a ser julgado, por conta do término da legislatura, e teve sua representação arquivada na semana passada porque, no entender do conselho, não é possível cassar parlamentares por fatos ocorridos em legislaturas anteriores, pois já teriam sido "absolvidos" pelas urnas.
Além dos congressistas, a PF abriu inquéritos para investigar a eventual participação de 26 prefeitos com a quadrilha.


Colaborou LETÍCIA SANDER, da Sucursal de Brasília

Texto Anterior: Novo cargo: Fora do Ibama, Barros assume, em Manaus, secretaria
Próximo Texto: Outro lado: Deputados negam as acusações
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.