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Inquérito de sanguessuga segue inconcluso
Um ano após operação, PF está na fase final de depoimentos de 9 congressistas e espera terminar investigação no próximo mês
Um senador e 8 deputados são acusados de participar de esquema de venda de
ambulância superfaturada por meio de emendas
LEONARDO SOUZA
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal espera concluir no mês que vem os inquéritos abertos para apurar o suposto envolvimento de nove
parlamentares com a máfia dos
sanguessugas, esquema de vendas de ambulâncias superfaturadas a prefeituras por meio de
emendas ao Orçamento.
O senador Magno Malta (PR-ES) e os deputados federais Benedito de Lira (PP-AL), Eduardo Gomes (PSDB-GO), João
Magalhães (PMDB-MG), Marcondes Gadelha (PSB-PB), Nélio Dias (PP-RN), Ribamar Alves (PSB-MA), Wellington Fagundes (PR-MT) e Wellington
Roberto (PR-PB) são investigados sobretudo por formação de
quadrilha e corrupção passiva,
mas em alguns casos também
por lavagem de dinheiro.
Hoje faz um ano que a PF deu
início à Operação Sanguessuga,
pela qual 33 ex-parlamentares
já foram indiciados.
Os inquéritos envolvendo os
nove congressistas em atividade -desdobramento da operação para cuidar dos casos em
que os suspeitos contam com
foro privilegiado, só podendo
ser processados no STF- começaram a ser abertos em julho de 2006, e a PF está na fase
final dos depoimentos. Apenas
quando finalizar os inquéritos a
PF decidirá se indiciará ou não
os parlamentares.
Todos negam o envolvimento com a máfia. Com exceção do
tucano Eduardo Gomes, todos
os investigados são de partidos
da base de sustentação do governo. Nélio Dias é o presidente
nacional do PP.
Dias, Ribamar Alves, Benedito de Lira e Eduardo Gomes
chegaram a ser citados pela CPI
dos Sanguessugas, mas seus casos foram arquivados, segundo
a comissão, "em virtude da inexistência de provas para recomendar a instauração de processo disciplinar".
Wellington Roberto (PR-PB), Wellington Fagundes (PR-MT), João Magalhães (PMDB-MG), Marcondes Gadelha
(PSB-PB) e o senador Magno
Malta (PR-ES) tiveram seus
nomes encaminhados ao Conselho de Ética da Câmara e do
Senado, para abertura de processo de cassação. Roberto, Fagundes, Gadelha e Malta foram
absolvidos no órgão.
João Magalhães não chegou
a ser julgado, por conta do término da legislatura, e teve sua
representação arquivada na semana passada porque, no entender do conselho, não é possível cassar parlamentares por
fatos ocorridos em legislaturas
anteriores, pois já teriam sido
"absolvidos" pelas urnas.
Além dos congressistas, a PF
abriu inquéritos para investigar a eventual participação de
26 prefeitos com a quadrilha.
Colaborou LETÍCIA SANDER, da Sucursal de Brasília
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