São Paulo, domingo, 04 de maio de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

No laço

O apoio de Orestes Quércia à reeleição de Gilberto Kassab (DEM) na capital colocou o PT paulista em campo para compensar o prejuízo fechando o maior número possível de alianças com o PMDB no interior.
Levantamento petista mostra que o aliado nacional é o partido que mais ocupa a cabeça-de-chapa nos municípios de São Paulo onde o PT ficará com a vaga de vice. São pelo menos 23 cidades, algumas de porte, como Taubaté. Em outras 26 a situação é inversa, ou seja, peemedebistas serão vices de candidatos do PT. "Não houve reflexo regional do apoio de Quércia ao DEM. A base do PMDB está conosco", afirma Edinho Silva, presidente estadual do partido de Lula.



Número dois. O segundo aliado preferencial do PT no Estado é o PTB, que na capital ainda decide se terá candidato próprio ou se apoiará Geraldo Alckmin (PSDB). O partido ocupará a cabeça-de-chapa com um petista na vice em 10 municípios. Em outras 16 cidades, a situação será inversa.

Esse não. Lula foi ameno porém claro com o ministro Carlos Lupi (Trabalho), presidente licenciado do PDT: não quer o aliado de mãos dadas com o PSDB na eleição paulistana. Embora pertença ao "bloquinho", que fala em lançar candidato, o PDT flerta com Alckmin e Marta Suplicy.

Mando eu. Diante das tratativas do PT com Luiza Erundina, o presidente do PSB paulista, Márcio França, procurou Ricardo Berzoini para dizer que a ex-prefeita não tem procuração para fechar eventuais acordos em nome da direção partidária.

Amarrado. O que Márcio França gostaria mesmo é de embarcar na canoa de Alckmin, seu aliado de longa data. Mas, se o "bloquinho" lançar mesmo Aldo Rebelo (PC do B), o dirigente do PSB não terá como sair da linha.

Frevo na rua. A campanha em Recife corre solta a cinco meses da eleição. Três já foram multados pela Justiça Eleitoral por propaganda antecipada: Carlos Cadoca (PSC), Raul Henry (PMDB) e Mendonça Filho (DEM). Cada um terá de pagar R$ 29 mil.

Estirpe. ACM Neto usará o DNA político na campanha. Nos comerciais do DEM, o pré-candidato a prefeito de Salvador dirá que herdou do avô o "amor à Bahia" e do tio Luís Eduardo o "perfil conciliador". Será um teste de aceitação da vinculação da candidatura ao clã Magalhães.

Onde pega 1. Que Raposa-Serra do Sol que nada. A pendência no STF que mais preocupa o governo é a ameaça de exclusão do ICMS da base de cálculo da Cofins. O ministro Guido Mantega (Fazenda) e o advogado-geral da União, José Antonio Toffoli, têm peregrinado pelo tribunal na tentativa de evitar perda de receita de até R$ 7 bi, sem contar futuras ações de contribuintes pedindo a devolução do que já foi pago.

Onde pega 2. O julgamento deve ser retomado no dia 14. Ao ser suspenso no ano passado, por pedido de vista do agora presidente Gilmar Mendes, 7 dos 11 ministros haviam votado: 6 consideraram que imposto não é faturamento, ou seja, que o valor do ICMS não pode ser incluído na base de cálculo da Cofins.

Sustança. Autoridades em dieta ou simplesmente habituadas a uma alimentação mais frugal se espantam diante do cardápio do Aerolula. "Comer tutu de feijão a bordo e depois seguir para uma solenidade não é brincadeira não", desabafa um ministro.

Pelica. Tucanos prometem pegar leve com Dilma Rousseff na Comissão de Infra-Estrutura do Senado, na quarta. Sérgio Guerra tem trocado figurinhas com o ministro José Múcio (Relações Institucionais) sobre o tema cartão corporativo. "Vamos tratar a ministra com cortesia", afirma o presidente do PSDB.

Tiroteio

O PT agora já pode organizar o seu Fórum Neoliberal Mundial, com as palavras de ordem "um novo investment grade é possível".

Do deputado RAUL JUNGMANN (PPS-PE) sobre a euforia de petistas com a obtenção, pelo Brasil, do grau de investimento, conferido pela agência de risco Standard & Poor's na semana passada.

Contraponto

Simples assim

Roberto Magalhães era governador de Pernambuco em 1984, quando comandou uma dissidência no PDS, partido de sustentação do regime militar, contra o presidenciável Paulo Maluf. Como comandante da campanha no Estado, ele recebeu um grupo de professores que foi se engajar no apoio a Tancredo Neves. Um cabo eleitoral conhecido como Faca Cega procurou demonstrar entusiasmo:
-Governador, estamos aqui hoje para saber das diretrizes e indiretrizes da campanha!
-E o que são indiretrizes?-, quis saber Magalhães.
-Ora, diretriz é tudo o que o senhor quer que a gente faça. Indiretriz é tudo o que não é para a gente fazer.


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