São Paulo, terça-feira, 04 de junho de 2002

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PAINEL

Ajuda extra
Entre os presidenciáveis, Serra é o que tem mais motivos para torcer pelo Brasil na Copa. Pesquisas qualitativas de dois pré-candidatos mostram que a vitória repercutiria a favor do governo. Motivo: aumentaria a auto-estima do cidadão em um ano com crescimento econômico medíocre e desemprego em alta.

Salvar aparências
O efeito Copa não é determinante para eleger ninguém. Mas o pentacampeonato daria motivos para o torcedor/eleitor achar que sua vida não está tão ruim, fazendo, em tese, com que tenha menos razões para querer se "vingar" do governo.

Voto de protesto
As mesmas pesquisas qualitativas mostram que uma campanha ruim do Brasil na Copa contribuiria para aumentar a contrariedade do torcedor/eleitor com suas condições de vida em geral e com as autoridades em particular, estimulando um difuso sentimento de protesto.

Mão coreana
Favorável à coligação com o PSDB de Serra, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) passou o dia de ontem dizendo que irá chamar o juiz coreano Young Joo Kim -que apitou o pênalti para o Brasil ontem- para presidir a convenção do PMDB.

Lobby concreto
Representantes de grandes empreiteiras, como Camargo Corrêa, Odebrecht e OAS, estarão reunidos com os presidenciáveis no dia 18, em Brasília. O objetivo do encontro, segundo o texto oficial, é "sensibilizar o futuro presidente da República para as reivindicações da indústria da construção civil".

Bancada da obra
Lula e Ciro confirmaram presença na reunião dos empreiteiros, que também devem receber FHC e os parlamentares da chamada "bancada da obra", como Arlindo Porto (PTB-MG) e Paulo Octávio (PFL-DF). Os empresários querem a criação de um Ministério de Habitação.

Cacife mais alto
A escolha antecipada de Rita Camata (PMDB) para a vice de Serra deu margem para o PMDB exigir ainda mais do PSDB nas negociações regionais. Os caciques peemedebistas sabem que Serra não quer passar pelo desgaste de perder a vice depois de tanto barulho.

Sujeito oculto
O PT não tem esperanças de conseguir o apoio formal do PMDB. Mas joga pesado para impedir a coligação do partido com o PSDB de Serra ou, no mínimo, causar constrangimentos ao tucano na convenção.

Ao pé do ouvido
Além de Sarney e Itamar, dirigentes do PT conversaram no fim de semana com Quércia, Simon, Maguito Vilela, Roberto Requião, Luiz Henrique e Amir Lando, entre outros, para tentar minar a aliança PMDB-PSDB.

Barriga vazia
Ciro teve sua palestra de ontem na associação de indústrias de base interrompida por um convite para almoçar com dirigentes da entidade: "Conversar é preciso, almoçar não é preciso", respondeu. Uma provocação a Serra, que, num evento semelhante, disse não conseguir manter-se lúcido com fome.

Visitas à Folha
Glaci Zancan, presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), visitou ontem a Folha, onde foi recebida em almoço. Estava acompanhada de Milca Severino Pereira, reitora da Universidade de Goiás, de Carlos Vogt, vice-presidente da SBPC, de Antônio Flávio Pierucci, secretário-geral da SBPC, e de Itamar Cavalcanti, assessor de imprensa da SBPC.

German Efromovich, presidente da Marítima Petróleo e Engenharia Ltda, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Jayme Brener, da Ex Libris Assessoria e Edições.

TIROTEIO

De Cesar Maia (RJ), criticando Benedita da Silva (PT) e a herança administrativa de Garotinho (PSB) pelo aumento da criminalidade na cidade:
- O sanduíche vendido [na eleição de 98" pelo PT e pelo Garotinho era um misto com presunto e queijo. Não adianta quererem agora vender dois sanduíches -um de queijo e um de presunto. Eles estão juntos na origem e, portanto, no caos.

CONTRAPONTO

Encontro bilíngue

O prefeito de Aracaju (SE), Marcelo Déda (PT) teve um dia globalizado em seu gabinete na última sexta-feira. Pela manhã, recebeu o representante da Palestina no Brasil, que lhe deu de presente um lenço vermelho, como o usado por Iasser Arafat.
O prefeito colocou o lenço no pescoço e declarou, animado:
- Somos eu e o Arafat! Viva a Palestina!
À tarde, recebeu um grupo de estudantes de diversos países. Quando foi apresentado à delegação de Cuba, Déda caprichou no "portunhol". Para falar da vizinha Barra dos Coqueiros, que fica a cinco minutos de barco da capital sergipana, o prefeito "traduziu" o nome da árvore:
- Nosso vecino é Barra de Las Palmas.
Uma estudante cubana, que por acaso já havia estado lá, corrigiu o prefeito:
- Señor, es coquero mismo. Barra de Los Coqueros...



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