São Paulo, terça-feira, 04 de junho de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Dirigente sindical se reúne hoje com o PTB, em Brasília

Frente Trabalhista sabatina Paulinho para vice de Ciro

Mauricio Piffer/Folha Imagem
O presidenciável Ciro Gomes (PPS), durante coletiva em entidade industrial, em São Paulo


PATRICIA ZORZAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Em campanha pela vaga de vice na chapa encabeçada por Ciro Gomes (PPS), o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (PTB), o Paulinho, vem sendo sabatinado desde a semana passada pelos partidos que integram a Frente Trabalhista.
Apontado hoje como o mais forte candidato a vice-presidente na chapa apoiada por PTB, PDT e PPS, Paulinho recebeu Ciro em sua casa para um jantar na última quarta-feira e ontem esteve no Rio para um encontro com o presidente do PDT, Leonel Brizola.
Hoje, o líder sindical tem reunião marcada com as principais lideranças de seu partido, o PTB, em Brasília. Na pauta, possíveis entraves à indicação de Paulinho.
No PTB, há preocupação quanto às denúncias de suposto envolvimento do líder sindical com o uso irregular de recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), uma das maiores fontes de renda das centrais sindicais.
Também pesa contra ele a recente divulgação de acusações sobre a participação da Força em irregularidades durante a negociação de acordos trabalhistas.

Olho no olho
Depois do episódio da indicação do deputado federal Henrique Alves (PMDB-RN) -que, cotado para vice de José Serra (PSDB), foi preterido depois da divulgação de uma suposta conta em um banco no exterior-, os petebistas pretendem questionar Paulinho a respeito da veracidade das acusações feitas contra ele "olho no olho", conforme palavras de um líder petebista.
"Não podemos errar na escolha do vice, ter algo que emporcalhe nosso trabalho de um ano com o Ciro. Seria uma cadeirada. Por isso essa vai ser uma conversa decisiva", declarou à Folha um integrante do PTB que preferiu não ter seu nome revelado.
O sindicalista nega as acusações, mas já se pronunciou em uma reunião da Força com integrantes do PPS sobre o assunto. A todos, garantiu estar totalmente limpo. A mesma preocupação já foi demonstrada, em tese, por Ciro, que costuma dizer que vices não dão votos, mas podem tirá-los.
Com o PDT, o tema da conversa de Paulinho foi sua defesa da flexibilização da CLT, conforme proposta do governo federal. O partido de Brizola é contra a flexibilização e via no assunto seu maior ponto de atrito com o líder sindical. Após o encontro, o episódio foi considerado resolvido a ponto de a sigla não se opor a uma eventual indicação de Paulinho.
O sindicalista é ainda apontado como um nome simpático ao presidente do PPS, Roberto Freire.
Paulinho é também o preferido do PTB paulista, liderado pelo deputado Campos Machado. "O vice tem de ser de São Paulo, porque o Ciro é um "paulistino", um paulista misturado com nordestino. Paulinho seria um bom contraponto porque saberia interpretar a alma do trabalhador", diz.
No jantar com Ciro, o líder sindical disse ao ex-ministro que, dos 212 integrantes do comando da central sindical, três estão indecisos quanto ao voto, um já decidiu que apoiará Luiz Inácio Lula da Silva (PT), um, Serra, e todos os demais, Ciro. No encontro, Paulinho prometeu ainda pedir votos em portas de fábrica.
Embora ainda não haja definição sobre o escolhido, Ciro diz que anunciará seu vice até o final desta semana. Amanhã deve ficar pronta pesquisa encomendada pela frente sobre a viabilidade eleitoral de vários cotados, entre eles, o deputado Walfrido Mares Guia, a ex-vereadora Sonia Santos, o deputado Roberto Jefferson e Álvaro Dias (PDT).
Ontem à noite, Ciro disse que não pretende mudar o nome do vice depois de definido. "Será escolhido assim: pá-pum. E não tem mais futrica", disse, antes de dar palestra a alunos da Escola de Governo da USP, em São Paulo.


Colaborou a Redação



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