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REFORMAS
Militantes do PSTU e servidores protestam contra mudanças na Previdência; Marta Suplicy também é criticada
Berzoini e Genoino são vaiados na CUT
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro da Previdência Social, Ricardo Berzoini, a prefeita
de São Paulo, Marta Suplicy, e o
presidente do PT, José Genoino,
foram vaiados ontem durante a
abertura do 8º Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo.
A manifestação ocorreu quando um grupo de militantes do
PSTU e de servidores públicos federais protestavam contra a proposta de reforma da Previdência.
Apesar de minoritário, o grupo
atrapalhou os discursos dos convidados. Em resposta, delegados
petistas também vaiaram o presidente do PSTU, José Maria de Almeida: "Essa é primeira vez que
vejo um trabalhador ser vaiado
num congresso da CUT", reagiu.
Carregando faixas e cartazes, os
manifestantes criticavam a "privatização" da Previdência: "Berzoini, preste atenção, esta reforma
é privatização", gritavam os manifestantes: "Um, dois, três, quatro, cinco mil, ou param essa reforma ou paramos o Brasil".
A prefeita de São Paulo foi vaiada, principalmente por professores, ao ter sua presença anunciada
no congresso, e aplaudida ao comentar mudanças no transporte
da cidade. Os manifestantes chegaram a chamá-la de "Martaxa"
em alusão à taxa de lixo criada pela prefeita. Marta fez críticas ao
governo FHC, a quem culpou pela
"política neoliberal que arruinou
a economia do país".
Genoino foi chamado de "pelego" pelos manifestantes e vaiado
pela maioria dos 2.735 delegados
eleitos para o congresso e que representam sindicalistas da CUT
em todo o país. Integrantes de
correntes de esquerda do PT, da
Liga Internacionalista Bolchevique e do PSTU chegaram a compará-lo ao ditador e líder comunista Josef Stálin. "Stálin já morreu. Agora tem José Genoino e José Dirceu", diziam os militantes.
No final do discurso do presidente do PT, houve um princípio
de tumulto diante do palco, com
empurra-empurra entre manifestantes do PSTU e seguranças do
congresso. "O governo federal, o
estadual e o municipal podem se
pronunciar. Mas quando o trabalhador vai falar alguma coisa é
empurrado e agredido", disse
Dirceu Travesso, diretor da CUT,
ligado à corrente Movimento por
uma Tendência Socialista.
Genoino ignorou as vaias e ironizou os manifestantes. "Isso é fichinha. Vaia não nos intimida.
Você pega o microfone e vai falando", disse o presidente do PT.
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