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São Paulo, quarta-feira, 04 de junho de 2003

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REFORMAS

Militantes do PSTU e servidores protestam contra mudanças na Previdência; Marta Suplicy também é criticada

Berzoini e Genoino são vaiados na CUT

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Previdência Social, Ricardo Berzoini, a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, e o presidente do PT, José Genoino, foram vaiados ontem durante a abertura do 8º Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo.
A manifestação ocorreu quando um grupo de militantes do PSTU e de servidores públicos federais protestavam contra a proposta de reforma da Previdência. Apesar de minoritário, o grupo atrapalhou os discursos dos convidados. Em resposta, delegados petistas também vaiaram o presidente do PSTU, José Maria de Almeida: "Essa é primeira vez que vejo um trabalhador ser vaiado num congresso da CUT", reagiu.
Carregando faixas e cartazes, os manifestantes criticavam a "privatização" da Previdência: "Berzoini, preste atenção, esta reforma é privatização", gritavam os manifestantes: "Um, dois, três, quatro, cinco mil, ou param essa reforma ou paramos o Brasil".
A prefeita de São Paulo foi vaiada, principalmente por professores, ao ter sua presença anunciada no congresso, e aplaudida ao comentar mudanças no transporte da cidade. Os manifestantes chegaram a chamá-la de "Martaxa" em alusão à taxa de lixo criada pela prefeita. Marta fez críticas ao governo FHC, a quem culpou pela "política neoliberal que arruinou a economia do país".
Genoino foi chamado de "pelego" pelos manifestantes e vaiado pela maioria dos 2.735 delegados eleitos para o congresso e que representam sindicalistas da CUT em todo o país. Integrantes de correntes de esquerda do PT, da Liga Internacionalista Bolchevique e do PSTU chegaram a compará-lo ao ditador e líder comunista Josef Stálin. "Stálin já morreu. Agora tem José Genoino e José Dirceu", diziam os militantes.
No final do discurso do presidente do PT, houve um princípio de tumulto diante do palco, com empurra-empurra entre manifestantes do PSTU e seguranças do congresso. "O governo federal, o estadual e o municipal podem se pronunciar. Mas quando o trabalhador vai falar alguma coisa é empurrado e agredido", disse Dirceu Travesso, diretor da CUT, ligado à corrente Movimento por uma Tendência Socialista.
Genoino ignorou as vaias e ironizou os manifestantes. "Isso é fichinha. Vaia não nos intimida. Você pega o microfone e vai falando", disse o presidente do PT.


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