São Paulo, quarta-feira, 04 de junho de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Rio-Salvador

A reviravolta no quadro de Salvador, que garantiu a ACM Neto (DEM) o cobiçado apoio de Raimundo Varella (PRB), bem posto nas pesquisas da pré-campanha, teve como padrinho Marcelo Crivella, correligionário do radialista e candidato à Prefeitura do Rio.
O senador atropelou, na cúpula de seu partido, tanto os que defendiam aliança com o PT quanto os que haviam se aproximado do PSDB na capital baiana. Tudo para estreitar laços com o DEM do prefeito Cesar Maia, cujo apoio espera obter no segundo turno do Rio. Crivella conseguiu impor sua vontade até mesmo ao vice José Alencar, que não queria ver o PRB num palanque de oposição a Lula.



Sinto muito. Alertado dias atrás sobre a iminência do apoio do PR e do PRB a ACM Neto, Jaques Wagner ligou para Alfredo Nascimento (Transportes), cacique da primeira sigla. O ministro disse ao governador petista que nada poderia fazer, pois o PR tinha "autonomia" na Bahia.

Bem na fita. Segundo pesquisa do GPP para o DEM em Goiânia, Henrique Meirelles terá solo fértil para sua investida na política. O presidente do BC possui imagem positiva para 53,9% dos entrevistados. Entre os 27,4% que disseram conhecer bem Meirelles, o índice de aprovação sobe para 71,8%.

Carga... Tucanos pró-Kassab enxergam o dedo do alckmista Silvio Torres no Ibope divulgado ontem, no qual o prefeito aparece pior do que em outras pesquisas. O levantamento foi encomendado pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de SP.

...pesada. Empresário do setor de carga, Torres tem histórico de atuação na comissão de Viação e Transporte da Câmara. Na eleição de 2006, o deputado recebeu quase R$ 500 mil de transportadoras.

Curando feridas. O PSB faz corte explícita a dois políticos que encontram resistência em seus respectivos partidos. A sigla tem esperança de filiar Geraldo Alckmin (PSDB) e Fernando Pimentel (PT), a depender do desfecho dos embates que um enfrenta em SP, e o outro, em BH.

Nada feito. Não obstante o lobby de parlamentares gaúchos, o Incra barrou ontem um pedido da multinacional sueco-finlandesa Stora Enso para autorizar a aquisição de terras em 11 municípios do Rio Grande do Sul, nas quais seria plantado eucalipto.

Sempre rir 1. Poucas horas antes da reunião do Conselho de Ética, Paulinho da Força (PDT-SP) brincava com delegados que foram à Câmara pressionar pela aprovação de emenda constitucional que insere a carreira entre as típicas de Estado.

Sempre rir 2. "Temos de votar logo essa PEC dos delegados. Se eu for preso, quero ser bem tratado por eles", dizia Paulinho, investigado na Operação Santa Teresa. E ainda emendou: "Vão me dar uma comida melhorzinha".

Currículo 1. Escolhido relator do caso Paulinho, Paulo Piau (PMDB-MG) já foi encarregado de analisar uma cassação na Casa: vetou a reabertura do processo contra o colega Paulo Rocha (PT-PA), envolvido no mensalão.

Currículo 2. Piau é aliado do prefeito de Uberaba, o ex-ministro Anderson Adauto (PMDB). Em abril, o Ministério Público propôs ação contra ambos por uso da máquina administrativa em 2006.

Placar. Na Câmara, a previsão do deputado Carlos Zaratini (PT-SP) é que em duas semanas João Bacelar (PR-BA) tenha as 171 assinaturas necessárias para protocolar a CPI da Alstom no Congresso.

Datas. Andrea Matarazzo frisa que saiu da Secretaria de Energia em julho de 1998, meses antes de a Alstom firmar contrato com a Eletropaulo.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

Isso vem confirmar a promiscuidade na relação de governos do PSDB em São Paulo com a iniciativa privada.

Do líder do PT na Assembléia Legislativa, ROBERTO FELÍCIO , sobre a informação de que Robson Marinho, conselheiro do TCE e ex-chefe da Casa Civil de Mário Covas, foi à Copa da França a convite da Alstom.

Contraponto

Contagem regressiva

Uma semana atrás, a oposição usou de todos os recursos para impedir que fosse votado, de afogadilho, o projeto que cria a CSS, mais conhecida como nova CPMF.
O líder do PPS, Fernando Coruja (SC), especialista em regimento, usou a palavra nada menos que seis vezes.
-CSS quer dizer Contribuição Super Sigilosa, pois ninguém nem viu o projeto! -, disparou, empolgado.
Depois, criticou o governo por tentar instituir a contribuição na "calada da madrugada". A noite já ia alta quando Coruja, mais uma vez na tribuna, se viu sem argumentos. Ainda assim, inventou um jeito de continuar em cena:
-5, 4, 3, 2, 1. Meu tempo acabou, presidente.
Até os governistas caíram na risada.


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