São Paulo, quinta-feira, 04 de junho de 2009

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Acordo entre base aliada e oposição adia início de CPI

Instalação de comissão que vai investigar Petrobras fica para próxima quarta

PMDB ainda não definiu quem indicará para relatoria; Romero Jucá segue como o favorito do Planalto, mas não tem o aval de Renan

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Governistas e oposicionistas fecharam ontem acordo para dar início à CPI da Petrobras só na quarta-feira que vem. Até lá, o PMDB tentará definir o nome escolhido para ocupar uma das vagas de comando na comissão (presidência ou relatoria).
Líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) continua sendo o nome favorito do Palácio do Planalto para a relatoria. Falta, no entanto, o aval do senador Renan Calheiros (AL), líder do PMDB.
Ontem, Renan e Jucá voltaram a conversar de forma amena depois de uma discussão tensa na última quinta-feira. A reaproximação foi estimulada pelo Palácio do Planalto.
O chefe de gabinete pessoal da Presidência, Gilberto Carvalho, fez chegar a Renan o desejo de ver Jucá relator. A secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, também atuou na mesma linha.
Carvalho e Erenice defenderam que a CPI precisa de um senador experiente na relatoria. Durante a semana, Renan tentou emplacar Paulo Duque (PMDB-RJ), que chegou ao Senado como segundo suplente do governador do Rio, Sérgio Cabral. A queda de braço entre Renan e Jucá tem como pano de fundo a disputa para ser o principal interlocutor com o Planalto durante a CPI.
Diante das pressões palacianas, Renan passou a buscar uma nova estratégia. Em vez de indicar o relator, pode pleitear a presidência da comissão. Com isso, não se verá obrigado a aceitar Jucá na relatoria.
"A certeza de instalação precipitará o acordo. Não há vetos ou preferências", disse o líder do PMDB, que mudou os integrantes do partido na comissão.
Leomar Quintanilha (TO) foi para a suplência e Valdir Raupp (RO) assumiu como titular.
Ontem, partiu de Jucá a iniciativa de costurar um acordo para adiar a reunião de instalação da CPI. O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), disse em plenário que aceita o acordo.

PEC
Como tentativa de contrapor o discurso do PT, de que o PSDB seria a favor da privatização da Petrobras, os tucanos protocolaram ontem uma proposta que torna o controle exclusivo da União sobre a estatal em cláusula pétrea.
A PEC (proposta de emenda constitucional), do líder da minoria no Congresso, deputado Otávio Leite (PSDB-RJ), tem o apoio da cúpula do PSDB e conta com 224 assinaturas.


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