São Paulo, quinta, 4 de junho de 1998

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Governo tem superávit em março

da Sucursal de Brasília

As contas da União registraram superávit primário de R$ 2,254 bilhões em março, conforme divulgou ontem o Ministério da Fazenda. Esse desempenho, que não inclui as despesas com juros e das estatais federais, aproximou mais o governo de suas antigas metas fiscais.
De janeiro a março, o resultado ficou positivo em R$ 2,566 bilhões, o que equivale a 1,19% do PIB (Produto Interno Bruto). Até o ano passado, o governo federal tinha como meta obter um superávit de 0,8% do PIB.
Pela metodologia de cálculo do Banco Central, que mede a evolução da dívida em vez de comparar receitas e despesas, o resultado de março foi ainda melhor: superávit de R$ 3,317 bilhões.
Se forem incluídos os pagamentos de juros da dívida federal, porém, o resultado do trimestre é inferior ao do mesmo período de 97.
No trimestre, o déficit nominal chega a R$ 3,595 bilhões, ou 2,56% do PIB. Em igual período do ano passado, as contas foram negativas em R$ 2,821 bilhões, ou 2,15% do PIB.
Explica-se: as despesas com juros cresceram a partir do final do ano passado, depois que, em outubro, o BC dobrou as taxas básicas da economia para enfrentar os efeitos da crise asiática.
Juros mais altos são usados para atrair investidores externos, porém inibem os investimentos privados e elevam o déficit público.

Receita atípica
Desconsiderando os gastos com juros, o resultado do trimestre apresenta melhora em relação a 97. Em igual período do ano passado, o superávit foi de R$ 1,177 bilhão, ou 0,59% do PIB.
As contas de março foram as que mais pesaram no resultado favorável do trimestre. Em janeiro, o governo federal havia registrado superávit de R$ 415 milhões. Em fevereiro, houve déficit de R$ 105 milhões.
Entretanto a receita de março foi engrossada por R$ 2,5 bilhões obtidos com as concessões de telefonia celular e mais R$ 300 milhões de contas correntes abandonadas que acabaram nos cofres do Tesouro -acréscimos que não se repetirão nos próximos meses.



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