São Paulo, quinta, 4 de junho de 1998

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SECA
Primeira-dama recebe apoio a programa de alfabetização
Saque é culturalmente aceito no NE, diz Ruth

da Reportagem Local

A primeira-dama Ruth Cardoso disse ontem que os saques são uma "solução culturalmente aceita" no Nordeste.
"Eu acho que realmente os saques têm um lado político e têm um lado que é realmente fome. O Nordeste sempre teve saques, mas evidentemente que há o lado político neste momento. Mas é uma solução culturalmente aceita todas as vezes que temos seca no Nordeste", afirmou.
Ruth, presidente do Comunidade Solidária, fez a declaração após encontro com empresários em São Paulo. Ela recebeu apoio para o programa de alfabetização solidária nas áreas afetadas pela seca e desvinculou as ações de qualquer caráter eleitoral.
"Estou tentando reunir esforços de toda a sociedade. Se formos filiar tudo a uma iniciativa eleitoral, qual seria a opção?"
A primeira-dama reuniu-se com 32 empresários de grupos nacionais e multinacionais na BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros) para pedir contribuições ao programa que visa dar bolsas de estudos (R$ 65 por mês) para a alfabetização de pessoas de 12 a 25 anos de famílias atingidas pela seca.
O Bradesco anunciou uma doação de R$ 3 milhões, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) e a BM&F resolveram colaborar com mil famílias cada uma. A Volkswagen e o Banco Itaú decidiram apoiar a iniciativa, ficando de definir valores nos próximos dias.

Frentes de trabalho
O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que pretende iniciar as obras preliminares da transposição das águas do rio São Francisco utilizando a mão-de-obra que será formada com as frentes de trabalho.
"Quem sabe seja possível começar agora, na estiagem que existe no Nordeste, pelo menos certas obras preliminares, numa antecipação do que possa vir a ser o futuro", afirmou o presidente.
FHC fez esse anúncio durante cerimônia comemorativa da Semana do Meio Ambiente, no Palácio do Planalto. Atrás de FHC estava o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), um opositor da obra e que permaneceu sério durante o anúncio.
FHC disse que o atraso na obra, uma de suas promessas de campanha, deveu-se à investigação do Tribunal de Contas da União nas licitações de estudos de impacto. "Tivemos processos de licitações parados por meses a fio." Segundo FHC, o governo irrigou mais de 160 mil hectares no Nordeste.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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