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FUNCIONALISMO
Presidentes das Casas vão esperar para regulamentar medida da emenda da reforma administrativa
Congresso adia aumento de teto salarial
MARTA SALOMON
da Sucursal de Brasília
Na tentativa de evitar desgaste
político em ano eleitoral, os presidentes da Câmara, Michel Temer
(PMDB-SP), e do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA),
vão adiar a regulamentação do novo teto salarial do funcionalismo
público.
Isso significa que não haverá,
por enquanto, reajuste salarial aos
parlamentares e ao presidente da
República. A mudança do teto salarial está prevista pela reforma
administrativa.
A emenda constitucional da reforma será promulgada hoje, depois de dois anos e dez meses de
debates e votações no Congresso.
O texto abre caminho para a demissão de servidores públicos estáveis e determina que os presidentes da República, do STF (Supremo Tribunal Federal), da Câmara e do Senado fixem um novo
teto para o funcionalismo.
A tendência é que o valor seja fixado em R$ 12.720 -remuneração paga atualmente a 3 dos 11 ministros do STF, que acumulam
trabalho no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Esse valor poderá ser repassado
a toda a cúpula dos três Poderes,
representando um aumento salarial de 59% para os parlamentares
e ministros de Estado e de 49% para o presidente da República.
Antonio Carlos Magalhães afirmou ontem que "não tem pressa"
em regulamentar o novo teto salarial. Ele avalia que esse é um tema
inoportuno, levando em conta a
campanha eleitoral.
Michel Temer disse que compete
ao STF determinar o valor do teto.
Segundo o presidente da Câmara,
não se cogita aumentar agora o salário dos parlamentares, cujo valor atual está em R$ 8 mil.
Já o presidente do Supremo, Celso de Mello, disse que o tribunal
não deve assumir sozinho a responsabilidade de arbitrar valor do
novo teto do funcionalismo.
Mello avaliou que a emenda
constitucional permite que o valor
do teto seja inferior aos R$ 12.720.
"O Supremo não pode impor
uma solução, temos de buscar o
consenso", disse.
Ministros
A emenda constitucional da reforma administrativa determina
que o salário dos ministros do STF
(atualmente há quatro faixas salariais) deve ser objeto de uma lei de
iniciativa conjunta dos presidentes de Poderes. Esse valor corresponderá ao novo teto salarial do
funcionalismo.
A fixação do valor dos salários
do presidente da República, do vice, dos ministros de Estado e dos
parlamentares é uma prerrogativa
"exclusiva" do Congresso, prevê
a emenda.
A decisão dos presidentes da Câmara e do Senado de adiar a regulamentação não impedirá que sejam concedidos reajustes salariais
em cascata aos cerca de 3.000 juízes da União.
Esse reajuste não será aplicado
aos juízes classistas, que representam os sindicatos na Justiça do
Trabalho, em consequência de
uma lei aprovada anteontem pelo
Senado.
Colaborou
Silvana de Freitas, da Sucursal de
Brasília
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