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JUSTIÇA
Sem-terra
são libertados
na Bahia
da Agência Folha, em Salvador
Os seis sem-terra que estavam
presos há 15 dias, acusados de terem participado de saque a um armazém do governo da Bahia, foram recebidos de volta ontem pelas 120 famílias acampadas na localidade de Itamotinga, distrito de
Juazeiro (500 km de Salvador).
A Justiça baiana determinou a libertação do grupo na noite de anteontem. O juiz Cláudio Pereira
expediu o alvará de soltura, depois
de ouvir os acusados no fórum de
Curaçá (593 km de Salvador), onde ocorreu o saque.
Segundo a advogada
Flor-de-Maria Nascimento, 49, o
juiz acatou o pedido de relaxamento do flagrante.
"Ele entendeu que os réus
eram primários e somente saquearam a loja porque estavam com fome", disse a advogada. Os
sem-terra irão responder em liberdade as acusações de roubo e
formação de quadrilha.
Na audiência com o juiz, os acusados disseram que saquearam a
loja da "Cesta do Povo", como é
chamado o programa de abastecimento do governo, porque estavam com fome e não suportavam
o sofrimento das crianças, no
acampamento da fazenda Jacaré,
em Itamotinga.
A coordenadora da CPT (Comissão Pastoral da Terra), ligada à
Igreja Católica e que apóia os
sem-terra, Marina Braga, 42, disse
que logo após terem sido libertados, na noite de anteontem, os trabalhadores foram recebidos com
festa, "com direito a churrasco
e fogos de artifício", no bairro Alto da Aliança, em Juazeiro.
Somente no início da tarde de
ontem, os sem-terra voltaram para o acampamento.
A loja da "Cesta do Povo" foi
saqueada no último dia 18 de maio
por cerca de 200 sem-terra ligados
ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) .
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