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QUESTÃO AGRÁRIA
Governo quer parar saques
MST ameaça invadir
agências no Pontal
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
em Presidente Prudente
O MST ameaça invadir agências
do Banco do Brasil, a partir de
amanhã, para forçar o banco a liberar recursos de contratos firmados com a Cocamp (cooperativa
dos sem-terra no Pontal do Paranapanema), que estão retidos desde o mês passado.
A ameaça foi feita ontem pelo líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no
Pontal, José Rainha Jr.
Os recursos, cerca de R$ 2,7 milhões, estão bloqueados porque a
Cocamp é considerada inadimplente e teria cometido irregularidades com verbas do Procera (Programa de Crédito Especial para a
Reforma Agrária).
É a segunda vez, em menos de
seis meses, que o BB bloqueia os
recursos para a Cocamp. A cooperativa recebeu, naquela oportunidade, prazo de 120 dias para atender às normas do banco.
O novo corte ocorreu porque a
cooperativa não conseguiu cumprir o prazo, vencido dia 29 de
março, e atrasou o pagamento de
uma prestação de R$ 18 mil, dia 4
de maio. "Como a cooperativa
não cumpriu o acordo, voltou a ficar em situação irregular", afirmou o gerente do BB em Teodoro
Sampaio, Ronald Allen Couter.
Segundo o gerente, a Cocamp
deve R$ 18 mil da prestação de um
trator e não colocou em funcionamento uma fábrica de farinha financiada há três anos.
A comissão do Procera deu prazo até amanhã para a Cocamp
apresentar justificativas ao BB.
Saques
O presidente do Incra, Milton
Seligman, vai se reunir até a próxima semana com Rainha para ouvir suas propostas para a suspensão dos saques no Nordeste.
O ministro Raul Jungmann (Política Fundiária) autorizou o encontro porque o líder do MST disse que estava interessado em negociar com o governo soluções para os saques. "A proposta partiu
do Rainha. Vamos ouvir o que ele
tem a dizer porque os saques são
ilegais", disse Jungmann.
Colaborou
Abnor Gondim, da Sucursal
de Brasília
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