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Marrey nega falhas em apuração
de promotores no caso Santo André
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O procurador-geral de Justiça
de São Paulo, Luiz Antônio Marrey, negou que tenha havido falhas na apuração de promotores
de Santo André sobre corrupção
na prefeitura local e o suposto recebimento pelo presidente do PT,
deputado José Dirceu (SP), de R$
1,2 milhão de propina. Marrey negou especialmente erro na indicação de testemunha secreta.
Na última segunda-feira, o ministro Nelson Jobim, do STF (Supremo Tribunal Federal), arquivou um pedido de abertura de inquérito contra José Dirceu feito
pelo procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, com base na apuração dos promotores
de Santo André (Grande São Paulo). Cópia da apuração havia sido
entregue a Brindeiro pelo próprio
Marrey.
Relator do caso, Jobim considerou que as informações colhidas
na investigação eram inconsistentes e sem "idoneidade" para caracterizar "fortes indícios" contra
o presidente do PT.
O ministro destacou a coincidência entre os depoimentos do
médico João Francisco Daniel,
autor da acusação contra Dirceu e
irmão do prefeito assassinado
Celso Daniel, e a testemunha secreta que confirmaria o teor das
declarações dele.
Testemunha secreta
Marrey esclareceu ontem que
essa coincidência existiu porque
João Francisco era inicialmente
uma testemunha secreta, e os autos da apuração contêm os dois
depoimentos: um em que o nome
dele está registrado em envelope
lacrado e outro com referência
pública.
Ele negou que, ao entregar a documentação a Brindeiro, tivesse a
obrigação de deixar expressa a
apresentação do depoimento de
João Francisco de duas formas.
"Talvez tenha faltado [a Jobim"
familiaridade com esse procedimento [de identificação da testemunha em separado"."
"Temos obrigação de apresentar tudo. Poderia parecer que estivéssemos sonegando algum documento. Já havia dados suficientes que permitiriam perceber isso.
Talvez tenha faltado explicação
em letras maiúsculas", afirmou
Marrey.
Jobim também criticou o fato de
Gilberto Carvalho e Míriam Belchior, citados por João Francisco,
não terem sido ouvidos. Marrey
disse que a obrigação de ouvi-los
era do Ministério Público Federal.
A Folha procurou ouvir Brindeiro, por meio de sua assessoria.
Até o fechamento da edição, ele
não havia respondido.
(SILVANA DE FREITAS)
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