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DIPLOMACIA
Presidentes Vicente Fox e FHC fecham pacto tarifário e automotivo
México assina acordo com o Brasil
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo mexicano espera
que o acordo assinado ontem pelos presidentes Vicente Fox e Fernando Henrique Cardoso diminua para menos da metade o superávit comercial do Brasil com o
México. No ano passado, o Brasil
teve saldo positivo de US$ 1,2 bilhão com aquele país.
Ontem, Brasil e México assinaram um acordo para reduzir o imposto de importação de um grupo
de 792 produtos da pauta comercial dos dois países. As reduções
variam de 20% a 100% da alíquota
do imposto de importação e beneficiam 641 produtos industriais
e 151 agroindustriais. Os setores
brasileiros mais sensíveis à abertura comercial ao México -químico e petroquímico- acabaram
aceitando a liberalização depois
de quase dois anos de discussão.
O México não concordou em
reduzir as tarifas para as exportações brasileiras do complexo de
soja (grãos, farelo e óleo de soja).
O ministro do Desenvolvimento, Sergio Amaral, já esperava um
crescimento nas exportações do
Brasil para o México de 17% neste
ano, mesmo antes da assinatura
do acordo. Segundo Amaral, o
mercado mexicano é o quarto
principal consumidor dos produtos brasileiros.
Brasil e México assinam hoje,
em Buenos Aires, na Reunião de
Cúpula do Mercosul, um acordo
para o setor automotivo. Durante
os próximos 12 meses, os dois países terão uma cota para exportar
140 mil automóveis cada um.
Dentro desse montante, o imposto de importação será de 1,1%.
As vendas que ultrapassarem a
cota vão pagar tarifa de 35%. A
cota vai crescer gradativamente
até que os dois países atinjam o livre comércio em 2006.
Esse acordo será fechado em
Buenos Aires porque também será assinado com os demais países
do Mercosul, mas com cotas diferentes. Argentina, Uruguai e Paraguai já possuem um acordo
com o México de redução tarifária para produtos industriais e
agroindustriais.
O presidente da Anfavea, Ricardo Carvalho, espera exportar 700
mil automóveis, que devem somar US$ 10 bilhões, para o México até 2005. Segundo ele, o país é o
segundo destino das exportações
brasileiras de automóveis, consumindo 15% das vendas.
Com o acordo, os mexicanos
passarão a receber 20% dos embarques de automóveis, atrás apenas dos EUA. O Brasil também
negocia cota de exportação de 40
mil automóveis com o Chile.
(CLÁUDIA DIANNI E LEILA SUWWAN)
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