São Paulo, quinta-feira, 04 de julho de 2002

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DIPLOMACIA

Presidentes Vicente Fox e FHC fecham pacto tarifário e automotivo

México assina acordo com o Brasil

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo mexicano espera que o acordo assinado ontem pelos presidentes Vicente Fox e Fernando Henrique Cardoso diminua para menos da metade o superávit comercial do Brasil com o México. No ano passado, o Brasil teve saldo positivo de US$ 1,2 bilhão com aquele país.
Ontem, Brasil e México assinaram um acordo para reduzir o imposto de importação de um grupo de 792 produtos da pauta comercial dos dois países. As reduções variam de 20% a 100% da alíquota do imposto de importação e beneficiam 641 produtos industriais e 151 agroindustriais. Os setores brasileiros mais sensíveis à abertura comercial ao México -químico e petroquímico- acabaram aceitando a liberalização depois de quase dois anos de discussão.
O México não concordou em reduzir as tarifas para as exportações brasileiras do complexo de soja (grãos, farelo e óleo de soja).
O ministro do Desenvolvimento, Sergio Amaral, já esperava um crescimento nas exportações do Brasil para o México de 17% neste ano, mesmo antes da assinatura do acordo. Segundo Amaral, o mercado mexicano é o quarto principal consumidor dos produtos brasileiros.
Brasil e México assinam hoje, em Buenos Aires, na Reunião de Cúpula do Mercosul, um acordo para o setor automotivo. Durante os próximos 12 meses, os dois países terão uma cota para exportar 140 mil automóveis cada um. Dentro desse montante, o imposto de importação será de 1,1%.
As vendas que ultrapassarem a cota vão pagar tarifa de 35%. A cota vai crescer gradativamente até que os dois países atinjam o livre comércio em 2006.
Esse acordo será fechado em Buenos Aires porque também será assinado com os demais países do Mercosul, mas com cotas diferentes. Argentina, Uruguai e Paraguai já possuem um acordo com o México de redução tarifária para produtos industriais e agroindustriais.
O presidente da Anfavea, Ricardo Carvalho, espera exportar 700 mil automóveis, que devem somar US$ 10 bilhões, para o México até 2005. Segundo ele, o país é o segundo destino das exportações brasileiras de automóveis, consumindo 15% das vendas.
Com o acordo, os mexicanos passarão a receber 20% dos embarques de automóveis, atrás apenas dos EUA. O Brasil também negocia cota de exportação de 40 mil automóveis com o Chile. (CLÁUDIA DIANNI E LEILA SUWWAN)



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