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Segundo Delúbio, PT escolheu candidato
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O secretário nacional de Finanças do PT, o buriti-alegrense Delúbio Soares, nunca teve participação ativa na política em sua cidade-natal até a eleição de Lula,
segundo Pedro Fallone, presidente de honra do PT em Buriti Alegre. Mergulhado em acusações
não comprovadas do "mensalão", Delúbio não quis dar entrevista à Folha nem pessoalmente
nem por telefone. As perguntas
foram enviadas por e-mail, e as
respostas vieram na sexta-feira,
antes da divulgação de que o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza teria avalizado um
empréstimo para o PT e de que a
agência SMPB, que tem Valério
como sócio, teria pago uma parcela do empréstimo.
(LMC)
Folha - Pedro Fallone disse que o
sr. o convidou a sair do PT porque
apoiaria o candidato João Alfredo.
Delúbio Soares - Não condiz
com a verdade. João Alfredo e José Goiatuba, candidatos a prefeito
e vice, ambos filiados ao PT, foram escolhidos numa convenção
do Partido dos Trabalhadores,
onde os filiados entenderam que
essa era a melhor chapa.
Folha - Segundo Fallone, João Alfredo não tinha nada a ver com o PT
e só se filiou na legenda depois de
acertada a candidatura.
Delúbio - Também não é verdade. João Alfredo e José Goiatuba
participaram das campanhas petistas, em especial das presidenciais, e nas eleições de 2002 ajudaram a organizar grandes eventos
como carreatas e passeatas.
Folha - Ele afirma, também, que
na eleição em Buriti o sr. usou o poder financeiro para assustar a classe trabalhadora.
Delúbio - Quem sempre usou o
poder econômico foram aqueles
que por mais de 30 anos governaram a cidade. A campanha em
Buriti Alegre envolveu a militância e a população e chegou a um
expressivo resultado: João Alfredo teve cerca de 30% dos votos,
uma votação histórica para o PT.
Folha - Fallone afirma que o sr.
bancou a campanha e que sem o sr.
João não teria nem 500 votos.
Delúbio - O PT, através de seus
militantes e de seus diretórios
municipal, regional e nacional,
contribuiu com a estruturação
das campanhas em todo país. Em
Buriti Alegre não foi diferente.
Folha - Segundo Fallone, João Alfredo foi escolhido porque o sr. e
seu pessoal não gostam de pobres.
Delúbio - O PT, suas instâncias,
seus dirigentes e seus governos
em todos os níveis desmentem essa afirmação. Nosso programa
partidário e governos se pautam
pela priorização do social.
Folha - O prefeito João Alfredo
elogiou Fallone considerando-o
um cidadão honrado. Depois, ao
saber da entrevista, disse que ele
não merece credibilidade. Poderia
comentar a respeito?
Delúbio - Uma campanha deixa
alegrias ou marcas. Penso que
Fallone não assimilou ainda que
os filiados preferiram outro candidato a ele. Isso não desmerece
sua pessoa. Apesar da mágoa política, é um cidadão reconhecido.
Folha - Segundo Fallone o sr. só
se envolveu de fato na política de
Buriti Alegre depois que Lula foi
eleito. Chegou lá, como um "coronel" dos velhos tempos, e comandou o processo eleitoral. Por quê?
Delúbio - O PT não tem coronel.
Tem militantes, filiados e simpatizantes. Sou filiado ao PT, desempenho funções na direção do partido. Em 2002, participamos da
campanha presidencial que elegeu Lula. Em 2004, o diretório nacional definiu que dirigentes e militantes deveriam ajudar o PT nas
eleições municipais. Integramos
diversas campanhas.
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