São Paulo, segunda-feira, 04 de julho de 2005

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Segundo Delúbio, PT escolheu candidato

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O secretário nacional de Finanças do PT, o buriti-alegrense Delúbio Soares, nunca teve participação ativa na política em sua cidade-natal até a eleição de Lula, segundo Pedro Fallone, presidente de honra do PT em Buriti Alegre. Mergulhado em acusações não comprovadas do "mensalão", Delúbio não quis dar entrevista à Folha nem pessoalmente nem por telefone. As perguntas foram enviadas por e-mail, e as respostas vieram na sexta-feira, antes da divulgação de que o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza teria avalizado um empréstimo para o PT e de que a agência SMPB, que tem Valério como sócio, teria pago uma parcela do empréstimo. (LMC)
 

Folha - Pedro Fallone disse que o sr. o convidou a sair do PT porque apoiaria o candidato João Alfredo.
Delúbio Soares -
Não condiz com a verdade. João Alfredo e José Goiatuba, candidatos a prefeito e vice, ambos filiados ao PT, foram escolhidos numa convenção do Partido dos Trabalhadores, onde os filiados entenderam que essa era a melhor chapa.

Folha - Segundo Fallone, João Alfredo não tinha nada a ver com o PT e só se filiou na legenda depois de acertada a candidatura.
Delúbio -
Também não é verdade. João Alfredo e José Goiatuba participaram das campanhas petistas, em especial das presidenciais, e nas eleições de 2002 ajudaram a organizar grandes eventos como carreatas e passeatas.

Folha - Ele afirma, também, que na eleição em Buriti o sr. usou o poder financeiro para assustar a classe trabalhadora.
Delúbio -
Quem sempre usou o poder econômico foram aqueles que por mais de 30 anos governaram a cidade. A campanha em Buriti Alegre envolveu a militância e a população e chegou a um expressivo resultado: João Alfredo teve cerca de 30% dos votos, uma votação histórica para o PT.

Folha - Fallone afirma que o sr. bancou a campanha e que sem o sr. João não teria nem 500 votos.
Delúbio -
O PT, através de seus militantes e de seus diretórios municipal, regional e nacional, contribuiu com a estruturação das campanhas em todo país. Em Buriti Alegre não foi diferente.

Folha - Segundo Fallone, João Alfredo foi escolhido porque o sr. e seu pessoal não gostam de pobres.
Delúbio -
O PT, suas instâncias, seus dirigentes e seus governos em todos os níveis desmentem essa afirmação. Nosso programa partidário e governos se pautam pela priorização do social.

Folha - O prefeito João Alfredo elogiou Fallone considerando-o um cidadão honrado. Depois, ao saber da entrevista, disse que ele não merece credibilidade. Poderia comentar a respeito?
Delúbio -
Uma campanha deixa alegrias ou marcas. Penso que Fallone não assimilou ainda que os filiados preferiram outro candidato a ele. Isso não desmerece sua pessoa. Apesar da mágoa política, é um cidadão reconhecido.

Folha - Segundo Fallone o sr. só se envolveu de fato na política de Buriti Alegre depois que Lula foi eleito. Chegou lá, como um "coronel" dos velhos tempos, e comandou o processo eleitoral. Por quê?
Delúbio -
O PT não tem coronel. Tem militantes, filiados e simpatizantes. Sou filiado ao PT, desempenho funções na direção do partido. Em 2002, participamos da campanha presidencial que elegeu Lula. Em 2004, o diretório nacional definiu que dirigentes e militantes deveriam ajudar o PT nas eleições municipais. Integramos diversas campanhas.


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