São Paulo, terça-feira, 04 de julho de 2006

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PAINEL

Vera Magalhães (interina) @ - painel@uol.com.br

Aparelhos. O PT vai usar a rede de movimentos sociais para compensar o pouco tempo de Lula na propaganda de TV. A partir de agosto, fará plenárias com entidades em 150 cidades. Quer arregimentar 50 mil cabos eleitorais só entre dirigentes sindicais.

Cautela. Em almoço com um amigo na semana passada, Lula previu que Alckmin chegará a 30% "rapidamente". E disse que espera herdar votos de Heloísa Helena (PSOL) e Cristovam Buarque (PDT) num eventual segundo turno.

Tudo azul. Geraldo Alckmin aproveitará esta semana de abertura da campanha para visitar um dos poucos Estados em que a candidatura do PSDB à Presidência terá palanque único e forte: Santa Catarina, do governador Luiz Henrique (PMDB).

Ampulheta. Colocado na parede pelo PFL, Aécio Neves (PSDB) cedeu a vaga ao Senado em Minas a Eliseu Resende. O governador acomodou Clésio Andrade (PL), cuja mulher ocupava o posto, na primeira suplência da chapa.

Revolta. Não é só no ninho tucano que as coisas estão confusas em Minas. A despeito dos elogios públicos de Lula, o PT se recusa a apoiar Newton Cardoso para o Senado. Quer lançar Virgílio Guimarães ou Tilden Santiago.

Insistência. Roberto Freire aproveitou encontro ontem com Alckmin para cobrar, de novo, apoio do PSDB a Rubens Bueno (PPS) no Paraná. Ouviu outro "não".

Desfalque. Lula perdeu o palanque do PMDB em Goiás. "Depois que o PT desistiu de se coligar comigo, ficou difícil. Vai perder 700 mil votos", diz o candidato peemedebista ao governo, Maguito Vilela.

Vôo solo. O prefeito de Salvador, João Henrique, não apareceu ao lado de Cristovam Buarque na visita do pedetista à cidade. Da mesma forma, Eduardo Campos (PSB), que tem apoio do PDT, avisou que em seu palanque só há lugar para Lula.

Lenço. Acabou em lágrimas a novela do apoio do PSDB a João Alves (PFL) em Sergipe. O tucano Albano Franco, chorando, anunciou a aliança, imposta pela cúpula nacional. O presidente local do partido, deputado federal Bosco Costa, se desfiliou em protesto.

Debandada. Deputados estaduais e prefeitos tucanos apóiam Marcelo Déda (PT). Ao sair, Bosco Costa discursou: "Prefiro perder o mandato a perder a vergonha".

Separados. Também não houve acordo entre tucanos e pefelistas no Piauí. Firmino Filho (PSDB) manteve o veto a Hugo Napoleão, que será lançado pelo PFL em chapa própria para o Senado.

Compensação. Convencida pelo PSDB a abrir mão da disputa ao Senado, Zulaiê Cobra foi acomodada como primeira suplente de Guilherme Afif Domingos (PFL).

Justiceiros. A CPI dos Sanguessugas pedirá ao Supremo que suspenda o sigilo dos processos contra 57 deputados. Caso contrário, seus membros ameaçam vazar os nomes para que os acusados no escândalo tenham "o julgamento das urnas".

Roteiro vermelho. Aldo Rebelo (PC do B) aproveitará o recesso para visitar camaradas pelo mundo. Vai à Itália, onde se reúne com os comunistas locais, e depois à China.

Tiroteio

A seleção do Parreira e o governo Lula têm suas semelhanças: avançaram pouco, embolaram pelo centro e frustraram expectativas.

Do deputado CHICO ALENCAR (PSOL-RJ), dissidente petista, fazendo uso das recorrentes metáforas futebolísticas do presidente Lula.


Contraponto

Breve saudação

Em pouco mais de três meses no cargo, o ministro Guido Mantega (Fazenda) já criou fama de falastrão. Na semana passada, participou da entrega de um prêmio em São Paulo. Foi precedido por um empresário que fez um discurso rápido.
Na sua vez, foi logo avisando:
-Talvez eu demore um pouco mais...
Pegou então um calhamaço de 70 páginas e colocou à sua frente, pronto para lê-lo.
De imediato, boa parte da platéia deixou o auditório.
Mantega sorriu amarelo, mas não passou recibo: leu o longo discurso do início ao fim, conforme o planejado.


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