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Perillo reafirma que petista foi avisado sobre mensalão
Governador licenciado do PSDB depôs ontem na PF
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governador licenciado de
Goiás, Marconi Perillo (PSDB),
reafirmou ontem, em depoimento à Polícia Federal, que
contou pessoalmente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva
ter ouvido rumores sobre a
existência do mensalão.
No depoimento, Perillo disse
que o tema chegou ao seu conhecimento por meio da deputada Raquel Teixeira (PSDB-GO), que teria recebido do deputado Sandro Mabel (PL-GO)
uma proposta de R$ 1 milhão
para mudar de partido.
As declarações praticamente
repetem o conteúdo de uma
carta enviada por Perillo ao
Conselho de Ética da Câmara,
em 26 de julho do ano passado,
quando o órgão investigava o
envolvimento de parlamentares com as práticas ilegais.
Na carta, Perillo afirma: "Relatei ao senhor presidente da
República que ouvira rumores
sobre a existência de mesada a
parlamentares em conversas
informais em Brasília, porém
sem provas concretas. Repeti o
inteiro teor das informações
que havia recebido. O senhor
presidente da República disse
que não tinha conhecimento e
que ia tomar as providências
que o assunto requeria. Como
não tive mais informações a
respeito, e certo de que havia
levado o assunto ao conhecimento da maior autoridade e
mais alto magistrado do país, e
como também não tinha provas concretas, resolvi dar por
encerrado o assunto".
A conversa, segundo Perillo,
ocorreu em 5 de maio de 2004,
quando, ainda governador, recebeu o presidente para uma
solenidade em Rio Verde (GO).
O depoimento é parte dos esforços para aprofundar as investigações sobre o mensalão.
Em março, o procurador-geral
da República denunciou 40
pessoas investigadas nesse inquérito sob acusação de corrupção passiva e ativa, lavagem
de dinheiro e peculato.
A carta foi ignorada na denúncia e também no relatório
da CPI dos Correios, que investigava o mensalão. O documento encaminhado por Perillo citava duas testemunhas que poderiam confirmar o teor da
conversa. De acordo com ele, o
motorista e o chefe da Segurança Presidencial presenciaram
seu diálogo com o presidente.
Ontem, em frente à sede da
PF em Brasília, Perillo tentou
despistar a imprensa. Licenciado do cargo para disputar uma
vaga no Senado, ele disse ter ido
à PF para pleitear a instalação
de uma delegacia em Luziânia
(GO). Apresentou como seu interlocutor o nome do delegado
Luiz Flávio Zampronha, que
preside o inquérito do mensalão e atua na Corregedoria, uma
área que nada tem a ver com
abertura de novas delegacias.
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